Boneca de ferro na República Dominicana

by - segunda-feira, dezembro 18, 2017

Olá gente, hoje vou compartilhar com vocês minha rápida passagem pela República Dominicana. Quero poder mostrar um lado de Santo Domingo que poucos conhecem! Espero que gostem das dicas :)


Curtindo uma das praias dominicanas


Nosso grupo de voluntários, no hostel em Santo Domingo, prontos para viajar ao Haiti

Minha passagem por essa ilha foi meio por acaso. Na verdade, meu destino final era o Haiti fui fazer um projeto voluntário por lá (clique aqui para conferir como foi essa experiência que mudou a minha vida), mas o meu voo era São Paulo- Santo Domingo, então acabei me hospedando na cidade dois dias na ida e três dias na volta do Haiti. 

De Santo Domingo a Porto Príncipe (capital do Haiti) são oito horas de ônibus e um voo direto pra lá sairia muito mais caro. Ao todo foram cinco dias, então contarei como foi minha experiência e o que consegui aproveitar. Não é muito tempo, mas conheci bastante coisa legal.




Hospedagem em Santo Domingo

Estive na cidade em julho de 2016 e me hospedei no hostel La Choza. Foi o hostel indicado pela líder do nosso grupo de voluntários que trabalhamos no Haiti. Foi lá que nos encontramos pra partir para Porto Príncipe. Éramos em 13, somente eu e mais duas meninas de São Paulo, o restante do Paraná. 

Paguei 13 dólares a diária e era um hostel incrível. Empatou no quesito qualidade com o que eu fiquei em Montreal, no Canadá. Lindo, organizado, tinha wifi (não pegava nos quartos, mas deu pra usar) e cozinha. Apesar do banheiro ser compartilhado, era super limpo, impecável. Ah, o mais bacana: tinha piscina! Piscininha pequena, mas quase ninguém usava então deu pra me refrescar, já que o calor naquele lugar é i-n-s-u-p-o-r-t-á-v-e-l. 
A dona da casa se chama Franchesca e é um amor de pessoa, tudo que puder fazer pra ajudar ela faz. Guardou até uma mala minha pra eu não levar tudo para o Haiti e depois ter que trazer de volta. Ela que me pegou no aeroporto e me cobrou um precinho super acessível. São 25 minutos de carro, não fica muito longe e está na famosa Zona Colonial, muito bem localizado e próximo dos pontos turísticos.








Eu, Raquel, Claudinha e Jornana no nosso quartinho do hostel






Como passei no total cinco dias aproveitei para conhecer, além das praias, a cidade em si, que é pouco divulgada. Quando escuto sobre R.D só dizem das praias, por isso quis visitar outros locais, explorar mais outros pontos turísticos. Com certeza Santo Domingo é bem mais que praias bonitas, é uma capital rica em história.

Passeios 

A moeda local são os pesos dominicanos e alguns locais aceitam dólar, mas me aconselharam a trocá-los pela moeda local que valeria mais a pena. O povo é bem receptivo, mas os homens em si, mexem com a mulherada na rua o tempo todo. Fiquei um pouco irritada porque muitos deles não respeitam, são insistentes e te param no meio da rua pra te convidar pra jantar, pedir telefone, é um saco! Mas, no geral consegui praticar meu espanhol, visitei tudo que podia a pé e consegui me divertir muito. 

Fui em uma temporada de chuvas, mas não me impediu de fazer quase tudo que queria. Apesar de chover, o calor continua e dormir não é uma tarefa fácil, é ventilador na cara e mesmo assim é difícil descansar.



Pesos Dominicanos


Conheci alguns lugares muito legais, e vou compartilhar aqui para que vocês tenham uma ideia e possam se programar caso passe alguns dias em Santo Domingo e queiram conhecer um pouco mais da parte histórica.

Só conheci uma praia porque os dias chuvosos não ajudaram, já tinha passado pelo Caribe, na maravilhosa Curaçao (clique aqui e leia um pouquinho de como foi passar uma semaninha em Curacao) e já tinha conhecido as praias do Haiti que também são lindas. Queria um roteiro diferente, explorar a cidade de outra maneira. Há resorts tops na beira da praia, hotéis bacanas, mas estava fora da minha realidade naquele momento. Estava ali de passagem, meu destino era outro e estava indo fazer trabalho voluntário no Haiti. Por isso, meu post vai ser diferente da maioria que visita a ilha e compartilha suas experiências na ilha.

Quem visita Santo Domingo normalmente é levado primeiramente à Zona Colonial, afinal, estamos na primeira cidade das Américas. E foi lá mesmo que fiquei hospedada, por isso foi ótimo não precisar gastar com transporte. O bairro é bem conservado e tem passado constantemente por restaurações e urbanização. O que vocês encontrarão lá:






·    Catedral de Santo Domingo: foi a primeira a ser construída no continente americano. Na catedral, permaneceram até 1877 os restos mortais de Cristóvão Colombo.  Ela fica no Parque Cólon, uma praça em homenagem a Cristóvão Colombo, que descobriu a América ao desembarcar nessa região. A fachada dela é bem simples e por isso, quase não entrei achando que não veria nada de mais dentro dela. Mas, resolvi entrar e não me arrependi. É linda! Eu estava de vestido e me fizeram colocar uma echarpe para cobrir as pernas, algo que não existe aqui no Brasil em igrejas católicas. Portanto, se forem visitar, vá de calça e nada muito extravagante porque você pode ser barrada como aconteceu comigo (rs). A entrada para visitação custa DOP 40, mas, se preferir usar o sistema de áudio-guia, o valor sobe para DOP 60. Não sei se ainda está o mesmo valor e não acho necessário esse áudio. A Catedral pode ser visitada todos os dias, das 8h às 18h. 






Ah, na mesma praça também fica a parada do Chu Chu Colonial, um trenzinho que percorre as principais ruas do centro antigo contando sua história e mostrando os principais prédios e monumentos. Não é barato, cerca de 12 dólares, por isso preferi percorrer tudo a pé, então depende do bolso de cada um e da disponibilidade. Eu estava com o dia todo livre, preferi caminhar e ir parando nos locais que me interessavam. Pesquisei na internet e fiz meu próprio roteiro. Não daria pra conhecer tudo, então tive que fazer algumas escolhas e acabou dando certo. Pra quem tiver tempo, essa cidade tem uma infinidade de museus, igrejas e monumentos. Vale se programar e visitar boa parte deles.


·        Praça de Espanha: é uma das atrações turísticas “obrigatórias”. O local era uma base militar que ficava ao lado do porto e do forte, e hoje, abriga museus e restaurantes. A maioria deles são de alta gastronomia bem carinhos por sinal, e possuem mesas ao ar livre com vista para o porto. Um local bem agradável e romântico para um passeio a dois, que não era meu caso (rs).





·        Alcazar de Colon: durante  décadas este foi o palácio onde a família Colombo morou. Hoje em dia, o palácio abriga um belíssimo museu com os cômodos originais da antiga residência, diversas obras de arte e esculturas. Adoro visitar museus durante as minhas viagens, mas confesso que alguns são meio monótonos, meio chatos de serem visitados e com temas que não me atraem tanto. Mas, esse foi um museu que me surpreendeu demais! 

     Paguei cem pesos pela entrada e eles me deram uma maquininha e um fone de ouvido com áudio em português. Cada cômodo da casa tinha uma explicação super detalhada. Me senti como se estivesse vivendo naquela época, uma sensação muito bacana. Sem dúvida um dos museus mais legais e entretidos que já visitei, que não se resume em apenas ler plaquinhas com textos explicativos que quase ninguém dá atenção. As peças são originais e há uma vista maravilhosa da varanda. Se todos os museus fossem tão interessantes assim frequentaria bem mais!




















 Os três lugares que citei acima foram os que escolhi para visitar. O tempo era curto e eu não conseguiria visitar toda a parte histórica. Para quem tiver mais tempo, dê uma passadinha na Fortaleza Osama, Monasterio de San Francisco, Museo de Las Casas Reales, Calle de las Damas e outros lugares históricos bem interessantes que ficam nas redondezas.

·        China Town: quem acompanha meus posts sabe o vício que tenho em sair procurando bairros chineses nos lugares que visito. Fiquei sabendo que em Santo Domingo também tinha um, e claro que fui visitar e comprar umas “muambinhas” (rs). Esse bairro fica na Zona Colonial. Comprei várias coisinhas legais, mas ele é bem diferente do que estou acostumada a ver em outros países. Não tem somente lojinhas chinesas, é tudo misturado e isso faz com que o local perca um pouco do encanto. É lotado e caminhar no calor insuportável do Caribe não foi tão agradável. Mas, valeu o passeio.









·        Parque Natural Los Tres Ojos: ele fica em Santo Domingo Este, poucos minutos do centro e é um conjunto de três cavernas de onde brotam lagos azuis de água transparente. Foi descoberto em 1916, e estudiosos afirmam que a formação das piscinas naturais é um fenômeno que ocorre pouquíssimas vezes, já que os canais de água subterrânea emergem da terra formando esses lindos lagos. 

   Me julguem, mas eu não fui. Optei por conhecer uma praia recomendada pela dona do hostel. Por falta de tempo tive que optar. Pelas fotos que vi, era algo bem parecido com o que vi em Bonito-MS e fiquei sabendo que tinha que caminhar muito. Tinha voltado de algumas semanas de trabalho duro no Haiti, quase quatro quilos mais magra, dormindo mal todos os dias, totalmente destruída! Então, essa dica é baseada no que meus colegas de voluntariado me contaram. Dizem que o local tem boa estrutura com trilhas pavimentadas, esculturas em madeira e lanchonetes. É cansativo, mas que vale muito a pena. 





Lago de Azufre: é o primeiro lago que fica logo na entrada. Seu nome, que significa lago de enxofre, se deve à substância branca que se encontra no seu fundo. Ele tem quatro metros de profundidade, mas, por causa da transparência da água, é possível ver detalhes do fundo. Minhas amigas confirmaram isso por mim (rs).


Minhas lindas amigas Jordana e Raquel no Lago Azufre
Visita rápida pelas praias dominicanas

Como contei anteriormente, só conheci uma praia nesses três dias que fiquei antes de voltar ao Brasil. Quando se fala em República Dominicana logo vem à cabeça o azul do Caribe das praias de Punta Cana que fica do ladinho, mas é um engano deixar de pegar praia em Santo Domingo.

O pessoal que estava comigo acabou indo conhecer Boca Chica, a praia mais popular da cidade, que tem águas cristalinas (como todas as praias) e é muito turística também. Eles gostaram e tiraram fotos muito legais!! É a praia mais perto do centro da capital (30 minutos de carro, 37km) e é onde os nativos costumam frequentar.






Eu acabei indo conhecer outra praia. A dona do hostel que eu estava hospedada disse que tinha uma praia melhor, mais bem frequentada, etc. Coisa de nativo que quer dar dicas e nem sempre são as melhores (rs). A praia se chama Juan Dolio, fica no distrito de Juan Dolio e demorei 1h15 pra chegar lá. Dureza! Calor absurdo durante todo o trajeto! Paguei 100 pesos por uma van que saia do China Town e me aventurei ao lado dos nativos.




Realmente a praia é linda, com águas transparentes, mais restrita, mas estava praticamente vazia. Por conta de um ciclone, o mar estava agitado e uma semana antes seis turistas tinham morrido afogados. Conclusão: estava proibido entrar no mar ou até mesmo chegar próximo a ele. Fiquei embaixo de um quiosque lendo, tomando uma cervejinha e logo voltei pra casa. A praia estava deserta. No caminho da volta, estava mais de meia hora a espera da van, peguei a errada e o tempo do meu trajeto dobrou. Fora isso, sempre tenho azar com motoristas: todos eles correm e esse em especial colocava o som no último volume (último mesmo) e gritava pra acompanhar a canção. O povo super acostumado e eu morrendo de dor de cabeça!! Pra chegar ao ponto de pedir pra ele dar uma abaixadinha é porque o negócio estava feio (rs)! Portanto, se vocês não tiverem tempo como eu, frequente a praia mais próxima. Nem sempre a gente acerta, né?











Gastronomia e a vida noturna dos dominicanos
Tive poucos dias para provar a comida típica deles e na ida. Nosso grupo de voluntários já estava com o dinheiro contato para a viagem ao Haiti e na volta estava “na maior dureza”, portanto não dava pra sair por aí como turista conhecendo restaurantes, etc. Somente uma noite saí com uma das meninas para comer na pizzaria Pizzareli, na Zona Colonial e pagamos 25 dólares por uma pizza. Super salgado! Mas, estávamos com tanta vontade (depois de passar semanas no Haiti comendo pão e miojo) que até valeu a pena (rs).


Isso foi meu almoço, minha janta ou meu café da manhã por diversas vezes e diversos dias (rs)

Eu e a Claudinha comendo talvez a pizza mais cara do mundo (rs), mas também a mais desejada depois de, literalmente, passar fome no Haiti
            A gastronomia dominicana sofreu influência tanto do lado espanhol, quanto dos africanos, por isso ela é uma gastronomia muito diversificada pelo que eu pude perceber nesse pouco tempo. Caminhando em S.D, pude perceber que há alguns pratos típicos e bem tradicionais como o Sancocho (ensopado de carne de vaca), Moro (feijão, arroz e carne), Moro de Guandules con Coco (uma espécie de feijão misturado com ervilha) e os Tostones (banana verde frita com sal, vinagre e alho)  Como sobremesa, via que a torta tres leches é a que mais vende por lá.
Quanto a vida noturna em S.D, só saí no dia que fui comer a tão desejada e cara pizza, nos outros caminhava feito louca pelos pontos turísticos e a noite desmaiava. Cansaço acumulado, não tinha jeito. Ninguém do nosso grupo saía e só a Claudinha que topou dar uma voltinha comigo essa noite. Depois de comermos a “pizza de ouro”, caminhamos até um bar/balada que vimos ali perto e se chamava Parada 77. Música latina para matar a vontade de dançar, salto alto e maquiagem depois de semanas no Haiti sem saber o que era vaidade (rs) e novos colegas dominicanos, super simpáticos por sinal. Nos divertimos e demos muita risada. 

Dizem que a vida noturna da capital é agitada e tem muitas opções. Na Zona Colonial são opções mais tranquilas. Há mais bares e principalmente restaurantes. Quem for se hospedar em outras regiões e tiver mais tempo, vale a pena dar uma pesquisada para saber onde está a agitação.



Eu, a Claudinha e uma dominicana super simpática que conhecemos na balada
Minha passagem pela República Dominicana foi rápida, porém muito gratificante. Saí de lá com a ideia de que é uma ilha com muito mais para oferecer do que divulgam por aí. Fui embora satisfeita por visitar uma cidade tão rica em história. Foi uma grande aula. Além disso, fui muito bem recebida pelos dominicanos. Quero muito voltar.

Gostaram do post? Dúvidas? Deixem comentários! Beijinhos :)

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