Um fim de semana na Bélgica

by - segunda-feira, junho 15, 2020



Olá, gente! Como prometido, chegou a hora de compartilhar a viagem que fiz para a Bélgica, quando ainda estava morando na Europa. Demorou, mas pouco a pouco estou conseguindo atualizar todas as viagens que "estavam pendentes". Espero que gostem :)



A viagem aconteceu em outubro de 2018, mas mesmo bastante atrasada posso compartilhar minha experiência que, com certeza, poderá ajudar muito quem pretende conhecer a Bélgica. Ah, era outono, e fui muito sortuda porque apesar do friozinho fez sol todos os dias! 

Infelizmente foi apenas um final de semana porque eu trabalhava na Irlanda e não tinha tempo hábil para ficar mais tempo, mas mesmo assim consegui fazer muitas coisas, inclusive conhecer Luxemburgo, um país vizinho que me surpreendeu bastente. Fiz um post especial só sobre esse país (clique aqui pra ficar por dentro de como foi fazer um bate e volta por lá).


O porquê escolhi a Bélgica

Na verdade sempre quis conhecer esse país, mas como todos os brasileiros sabem, viajar a Europa é extremamente caro e está ficando cada vez mais díficil pra gente porque o Euro só aumenta e aumenta. Então, aproveitei que estava morando na Irlanda pra conhecer alguns países. Lembro que paguei menos de 50 euros a passagem de ida e volta (pela Ryanair) Irlanda/Bélgica- Bélgica/Irlanda, totalmente fora da realidade que vivemos no Brasil.


Além da vontade que já era antiga, tinha um motivo especial para conhecer a Bélgica, era reencontrar a Laura, uma amiga minha belga que morou e estudou inglês comigo na África do Sul, em 2010 (clique aqui pra ver como foi essa minha experiência de fazer intercâmbio e morar com uma família muçulmana). 

Naquela época fiz a promessa que a visitaria assim que desse. Demorou, mas esse dia chegou (rs). Por isso, além da passagem barata foi uma viagem bem econômica porque fiquei na casa dela. 


Laura e eu

Um pouquinho sobre a Bélgica



A Bélgica está localizada na porção oeste do continente europeu. Seu território faz fronteiras com a França (ao sul), Luxemburgo (a sudeste), Alemanha (a leste) e Países Baixos (ao norte e nordeste), além de ser banhado pelo mar do Norte (a oeste). A nação apresenta grande pluralidade étnico-cultural, fato que é refletido na quantidade de idiomas oficiais: francês, alemão e holandês.

No norte, região mais próspera do país, vivem comunidades flamengas (da região de Flandres), na qual se fala flamengo (idioma semelhante ao holandês). O sul, onde estão situadas as montanhas Ardenas, é habitado pelos valões, cujo idioma utilizado é o francês. Uma pequena parte da população residente no leste fala alemão.

A extensão territorial da Bélgica é de 30.519 quilômetros quadrados. Nessa área há predominância do clima temperado oceânico. A população residente na Bélgica (2010) é de 10.646.804 habitantes. Seguindo uma tendência mundial, principalmente entre os países desenvolvidos, a Bélgica apresenta uma pequena taxa média de crescimento populacional (0,5% ao ano).

Bruxelas, capital da Bélgica, exerce função importante na União Europeia (EU), a cidade é a capital administrativa da organização e também sedia a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). 

Cheguei em Bruxelas!








Como ir do aeroporto ao centro da cidade









Como uma brasileira, sempre me impressiona a questão da segurança em países europeus

Para ir do aeroporto até a casa da minha amiga, que não fica tão próximo ao centro, utilizei ônibus. Ela que me ensinou o caminho e disse que era a maneira mais fácil. Então, tudo vai depender pra onde quer ir. Dentro do próprio aeroporto tem um terminal de ônibus, por isso foi bem fácil pra mim: comprei o ticket em uma máquina e já sabia qual o número do ônibus que tinha que pegar (me deixou certinho onde eu precisava ir). 

A Bélgica é como alguns países europeus, "paga quem é honesto" porque não tem catraca nos transportes públicos, a pessoa pode entrar pela porta de trás. Vi que a maioria não paga, mesmo que todos pensem que europeus têm outra cultura (e realmente tem), mas quando mexe no bolso a história é outra. Dizem que de vez enquando há fiscais, porém nunca vi nenhum, nem lá e nem nem nenhum outro país europeu que não possua catracas.

Para ir do aeroporto ao centro existe o serviço da STIB Airport Line. Os ônibus partem da plataforma C e os tickets custam a partir de €2.10. Podem ser comprados online, nas máquinas GO no terminal através de cartão de crédito ou dinheiro ou no ônibus, diretamente com o motorista, mas o bilhete é mais caro neste caso.

Há outra uma outra opção: 

O trem também é uma das maneiras convenientes para quem quer chegar ao centro de Bruxelas. Como o aeroporto fica relativamente perto do centro (15km), os trajetos demoram cerca de 17 minutos para chegar até a Bruxelles Central, Estação Central. Estão disponíveis até 6 trens a cada hora que partem do aeroporto até o centro de Bruxelas (e também o fazem no sentido contrário). A estação de trem do aeroporto está localizada embaixo dos terminais, no Piso -1. De trem, é possível ir não somente para Bruxelas, mas para várias outras cidades belgas.







Como desfrutar de um tour gratuito por Bruxelas

Uma das coisas que mais gosto na Europa são os free tours, oferecidos pela maioria dos países. Na viagem para a Bélgica resolvi utilizar esse tipo de serviço porque tinha pouco tempo pra conhecer uma grande quantidade de locais e porque esse tipo de passeio é bem interessante. Um guia local acompanha o grupo e vai explicando no caminho tudo sobre a história do país, a cultura, vale a pena.




Reservei pelo site deles (essa empresa acima), e fiz o tour em inglês. Também é possível escolher o tour em espanhol. O passeio é todo feito a pé e dura três cerca de horas. É uma boa caminhada, mas vale a pena. 

No final do tour os guias esperam que você dê um dinheirinho de agradecimento, mas é opcional, vai de cada um. O ponto de encontro desses passeios sempre são em locais famosos e de fácil acesso. No caso de Bruxelas foi na praça principal, em frente a torre do City Hall. Clique aqui pra ver o tour completo.


O que conheci em Bruxelas e o que mais gostei

1- Grand Place: é a praça onde foi o ponto de encontro para o tour. Sem dúvida uma  das mais lindas e charmosas que já vi. Ela é retangular e repleta de construções bonitas e super bem conservadas. A região da Grand Place é um ambiente 100% turístico (lotado!) repleto de lojas de chocolate, wafel, cerveja e renda – artigos belgas bem típicos.


Há vários prédios interessantes nessa praça, como o Maison Du Roi (a Casa do Rei),  que é o segundo prédio mais imponente da praça. É branco, com esculturas de bronze (que com a ação do tempo ganharam tonalidade verde) e uma enorme varanda. A casa do rei foi construída em 1536 e nunca serviu de casa para rei algum, mas já foi usada como cadeia e como centro de arrecadação de impostos. Hoje, o charmoso edifício é sede do Museé de La Ville, que contém uma coleção com mais 600 trajes especialmente criados para o Manneken Pis (já mostrarei quem é).

Ainda na praça, é possível ver a Prefeitura de Bruxelas, um prédio branco decorado com centenas de estátuas pequeninas (exatamente 137 delas) que representam reis, santos e outras figuras alegóricas. Neste prédio está a torre mais alta da praça – são 96 metros de altura. No alto da torre há uma estátua dourada de três metros de altura que representa São Michel, o padroeiro da cidade, matando um dragão do demônio. Foi construído entre 1401 e 1455 – 45 anos antes de Pedro Álvares Cabral pensar em chegar no Brasil.





Outra curiosidade bacana é que o prédio não é exatamente simétrico. Olhando para ele de frente a metade esquerda é maior que a metade direita. Existem várias lendas do porquê dessa não simetria, a mais maldosa dela diz que o engenheiro responsável pela obra se jogou do alto do prédio quando percebeu o erro.

Um outro lado de Bruxelas


2- Manneken Pis: a Grand Place é cortada por sete ruazinhas. A rua Tetê D’or é a que leva ao lindinho do Manneken Pis (Rue des Grands Carmes 33), uma fonte de um bonequinho minúsculo fazendo xixi. Ele é realmente pequenino, 61 cm de altura. É engraçado porque ele é infinitamente menor do que a quantidade enorme de turistas que tentam se aproximar e tirar uma foto. Tomei um susto quando vi, mas achei bem bacana porque foge bastante daqueles tradicionais monumentos que costumamos ver por aí.

O Manneken Pis troca de roupa frequentemente. Há funcionários contratados somente para cuidar dos trajes do rapazinho que tem mais de mil looks diferentes.




3- Chocolate belga: durante a caminhada pelas ruas próximas a praça há infinitas chocolaterias famosas. Eu não quis me acabar de comer chocolates porque não queria engordar muito, mas não deixei de entrar em uma loja da Godiva e experimentar um docinho.













4- Catedral de Saint Michel Gudule/Catedral de Bruxelas: fica bem próxima da Grand Place e é linda por fora. Não cheguei a entrar, mas ela é aberta para visitantes e a entrada é gratuita. É um bonito exemplo de arquitetura gótica brabante.


5- Galeries Royales Saint-Huberte: bem no centro de Bruxelas está esse conjunto de galerias comerciais. A construção tem um arco de vidro bem bonito acima de suas lojas. Ela é dividida em seções: a Galerie du Roi e a Galerie dês Prince. Além de lojas de grifes estão diversas lojas de chocolates belgas e restaurantes. Mesmo que você não for comprar nada, vale a visita! Ë possível ver chocolates de todos os tipos, esculturas feitas de chocolate e tudo que você pode imaginar feito de chocolate (rs).














6- Jeanneke Pis: a irmãzinha do Manekken está em uma das vielinhas perto da Grand Palace chamada de Impasse de la Fidélité. Ela também é uma estátua pequenina e faz xixi. A diferença é que a Jeanneke fica atrás de umas grades, não é possível nem tirar uma boa foto. Achei bem estranho.




7- Delirium Café: como todos sabem, as cervejas belgas são muito famosas, por isso não podemos esquecer de tomar uma cervejinha em Bruxelas. Fui nesse bar e é incrível, tem mais de 2000 rótulos de cervejas. Fica do lado da estátua da Jeanneke Pis. Dá pra experimentar vários tipos e todas elas são servidas em copos específicos, bem bonitos.





8- A famosa Batata Frita belga: ela faz parte da cultura da Bélgica, sendo que o primeiro relato sobre a iguaria data de 1681. É comum encontrar lugares que só vendem batata frita, normalmente servidas em cones de papel com muita maionese e ketchup por cima. Parece até aquelas batatas que a gente vê aqui em São Paulo sendo vendidas na rua, próximo a estações de trem (rs). Mas, só parece porque ela é realmente mais saborosa, crocante por fora e macia por dentro.

A fila dos locais que vende esse tipo de batata são sempre grandes, mas vale a pena provar. Não sei bem qual é o segredo de tanto sucesso, mas dizem que o sabor é diferenciado porque elas são fritas duas vezes.



9- Waffles: depois de todas essas dicas já é possível perceber que se não tomarmos cuidado, não é difícil sair da Bélgica com uns bons quilos a mais. 

Os Waffles belgas são um dos mais famosos do mundo (foram criados na própria Bélgica no século 18), não tem como não provar. É possível encontrá-los em vários locais da cidade, principalmente ao redor da praça Grand Place. Há uma infinidade de sabores, coberturas, frutas, nutella, tudo que engorda muito! Os valores variam bastante de acordo com o que você vai colocar em cima. No meu, por exemplo, com morango e nutella foi cerca de cinco euros.






10- Tin Tin e os Smurfs: pra quem não sabe (eu não sabia..rs), a Bélgica foi a criadora desses personagens. 

As Histórias em quadrinhos ficaram muito popular nos Estados Unidos no inicio do século 20, mas na Bélgica elas surgiram um pouquinho mais tarde, no período entre as várias guerras que estavam acontecendo no continente Europeu. As primeiras histórias vieram com Hergé, com a criação de As Aventuras de Tintim, mas depois, vieram muitas outras como os famosos Smurfs. 

 Centro Belga de Histórias em Quadrinhos (Centre Belge de la Bande Dessinée)
É um local meio com cara de museu que conta um pouco da história de alguns desenhos em quadrinhos de artistas belgas, como Hergé (criador das Aventuras de Tintim), Pierre Culliford (criador dos Smurfs), entre outros. O local é relativamente pequeno, tem algumas estátuas de personagens ou objetos importantes relacionados aos personagens.
Bem em frente a entrada do MOOF e da Smurf Store fica a mais nova estátua de Bruxelas, a estátua do Smurf sentado em um cogumelo.















Onde compras lembrancinhas?

Se caminharmos bastante pelas lojinhas ao redor da praça é possível encontrar uma infinidade de lembrancinhas. Muitas bem carinhas, mas outras acessíveis. Comprei o imã pra coleção da minha mãe e o copinho pra coleção do meu pai por preços bem acessíveis, além de uma miniatura pra minha coleção também porque eu mereço (rs).





Visitando Dinant

Como comentei no post que fiz sobre minha visita a Luxemburgo (clique aqui para ver como foi), comprei uma excursão pra passar o dia por lá, que fica somente a duas horas e meia de Bruxelas e estava incluso no passeio um tour rápido por Dinant. Deixei pra contar nesse post sobre o que conheci por lá porque é uma cidade que já faz parte da Bélgica e não mais de Luxemburgo.

O passeio por Dinant foi bem rápido e no caminho de volta, então já estava bem cansada. Mas, valeu a pena a visita. É possível que vocês nunca tenham ouvido falar de Dinant (assim como eu rs) porque apesar de ter disputado o título de “Melhor destino Europeu de 2019” – ficou em 11º lugar concorrendo com grandes capitais – existe bem pouco conteúdo em português sobre ela. Mas, é só olhar a foto abaixo e entender que dá pra se apaixonar facilmente por essa cidade.

Situada a cerca de 100 km da capital Bruxelas, a pequena cidade do ‘Vale do Meuse’ fica localizada quase na fronteira com a França – e talvez por isso seu idioma principal seja o francês. Por ter se desenvolvido em um vale entre o rio e a montanha, a cidade tem uma geografia bastante particular, alongada num eixo norte-sul pela costa do rio. Além da óbvia beleza, a cidade reserva muitas atrações e atividades. Entre os destaques estão a Citadela de Dinant (Citadelle de Dinant), a Igreja de Nossa Senhora de Dinant (Collégiale Notre Dame de Dinant), o passeio de barco pelo rio Meuse, a Maison Leffe (sim, a famosa cerveja belga) e as referências ao cidadão ilustre Adolphe Sax (o inventor do Saxofone).



Apesar da correria, a Bélgica foi um dos países que mais gostei de conhecer. Acho que passaria uma temporada por lá, Bruxelas é muito "a minha cara", sem contar que estou querendo muito aprender francês.








Ainda deu tempo de uma cervejinha (rs)
Espero que tenham gostado do post! Deixem comentários. Até breve :)

Confira também

0 comments