Boneca de Ferro em um mergulho com tubarões

by - domingo, dezembro 17, 2017



Olá, gente! Hoje vou contar como foi mergulhar com tubarões brancos na África do Sul! Espero que gostem :)





Tenho certeza que poucos lugares no mundo nos dão a chance de chegar perto de um dos maiores predadores que existe, o tubarão branco. Lá na África do Sul isso é possível e só descobri isso quando cheguei lá. Me ofereceram, me chamou a atenção e resolvi ver como era esse mergulho tão falado por lá. Claro que estas fotos acima não foram tiradas por mim (rs). A agência as forneceu para o grupo, foram tiradas por eles em outras ocasiões no local onde fiz o mergulho.

O local da aventura é em Gaansbaai, que fica cerca de 170 km de Cape Town, onde eu vivia. Todas as companhias que fazem esse passeio oferecem o translado de ida e volta. Eu fiz o mergulho e, apesar de ter sido uma experiência bacana, não faria novamente. Nesse post vou contar o porquê me arrependi um pouquinho e como é estar cara a cara com tubarões esses bichinhos simpáticos.

O dia para quem vai mergulhar com tubarões começa cedinho. A van passou para me buscar as quatro da manhã. Viajamos, eu e o restante do grupo, cerca de duas horas e na recepção tomamos um café da manhã oferecido pela empresa que contratei. Como não tinha experiência nenhuma em mergulho e ninguém me avisou nada, não tomei aquele remedinho para enjoo como algumas outras pessoas do grupo fizeram. Fiquei sabendo, durante o café, que seria importante tomar pelo menos um dramin para garantir que o tubarão não se alimentasse com o café que eu tinha acabado de tomar (rs). Na recepção recebemos as instruções de como seria o mergulho e depois fomos para o barco. A viagem até o pronto do mergulho durou uma meia hora.






Ficamos com o barco ancorado em alto mar por cerca de duas horas. Aí que começaram os problemas. 80% das pessoas que estavam no barco passaram mal. Eu olhava para um lado tinha “neguinho” vomitando, olhava para o outro e tinha “neguinho” com tontura passando mal e sendo socorrido por outros colegas. O mar estava agitado, e pra ajudar os tubarões não estavam querendo aparecer. Ficamos chacoalhando a espera dos bichos. A equipe ajudou bastante. Eles orientavam a gente a sentar na parte da frente do barco e olhar pra terra firme. Ganhamos até aqueles saquinhos para enjoo. No meu caso, nada adiantou. Não cheguei a vomitar, mas senti um enjoo que jamais havia sentido.



Pela primeira vez passei mal em um passeio de barco. Quando pediram para colocarmos o macacão de mergulho, umas cinco pessoas não conseguiram se vestir porque estavam muito mal e desistiram do mergulho. Eu demorei bastante tempo para conseguir, mas quis mergulhar mesmo com muita tontura e ânsia de vômito para não perder o passeio. 

A gaiola que os turistas mergulham é posicionada e amarrada ao barco e a “isca” pros tubarões é preparada pelos funcionários. Me disseram que essas iscas são uma mistura de restos e óleo de peixe que é jogada no mar, além de uma cabeça de peixe amarrada na ponta de uma corda, que é recolhida toda vez que o tubarão se aproxima. O objetivo é atrair os bichinhos e não dar o alimento a eles. Achei isso uma judiação com o animal, ser atraído inúmeras vezes e não encontrar nada. Mas...



Foto fornecida pela agência apenas para mostrar como são as gaiolas e como é feito o rápido mergulho

Seis pessoas entram por vez dentro da gaiola e é proibido colocar qualquer parte do corpo pra fora dela, nem o dedinho! Câmeras também eram permitidas, não sei se hoje eles permitem. Estava um frio horrível, a água gelada (10 graus) demais e algumas pessoas não conseguiram ficar muito tempo dentro da água, eu fui uma delas. Ficar com o corpo molhado depois foi uma outrs tortura.

Os grupos ficaram cerca de 25 minutos dentro da gaiola. Eu fiquei menos que dez. Não estava passando bem e não aguentei o frio. O corpo fica dentro da água e a cabeça para fora, por isso se você não sabe nadar não se preocupe. Não é necessário equipamento de mergulho. Quem está dentro da gaiola não consegue enxergar o tubarão se aproximando, só quando o funcionário grita “down”! Nesse momento tem que prender a respiração, abaixar e ver o tubarão bem pertinho da gaiola. O animal fica por perto no máximo uns dez segundos, não encontra a comida e vai embora. É algo rápido e precisa ter sorte. Segundo o guia, há casos em que nenhum tubarão aparece, ou somente filhotes, como foi no nosso caso. 

Na verdade, a maioria das pessoas deu graças a Deus quando o mergulho terminou porque o barco voltaria a se movimentar e amenizaria o enjoo que estávamos sentindo. A operadora oferece toalhas, lanches e toalhas para ajudar a conter o frio. Já em terra firme, eles vendem os vídeos e as fotos do passeio e nos levam de volta a Cape Town. O passei não é barato!!! Paguei cerca de 320 reais na época (já é caro), mas dizem que o valor já passa dos 500!

Conclusão sobre o mergulho: gostei, mas esperava um pouco mais. Não sei se valeu a pena pagar tão caro para ver um tubarão por dez segundos e passar mal o caminho inteiro. A visibilidade também não estava tão boa. Claro, pode ser que se vocês forem não sintam enjoo e tenham a sorte de aparecerem vários animais. É de se pensar. Hoje, sabendo como funciona acho que não iria. Valeu a experiência, mesmo depois de refletir e sentir um pouco de pena de “ter tirado a paz” desses predadores. Eles passam por isso todos os dias, talvez seja prejudicial a eles. Mas, de qualquer forma, deixo aqui meu relato, tanto dos pontos positivos quanto dos negativos para que vocês se questionem antes de se aventurar e tomarem suas próprias decisões.

Gostaram do post? Dúvidas? Deixem comentários! Beijinhos :)

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