Eslovênia em duas partes

by - quarta-feira, junho 19, 2024

Oi gente, hoje vou compartilhar com vocês como foi conhecer um pouquinho da Esvolênia. Estive por lá em dois momentos. O primeiro foi em janeiro de 2022, quando visitei rapidamente a capital Liubliana e o segundo foi em maio de 2023, quando conheci o lago Bled, que fica na parte noroeste do país e é pertinho da fronteira com a Áustria. 

Resolvi juntar tudo e fazer um post só. Começo compartilhando um pouquinho sobre a primeira vez que estive por lá.


A minha estadia na capital da Eslovênia (Liubliana) em janeiro de 2022 foi bastante custa, já que eu estava de passagem, indo para Veneza encontrar um amigo. Estava de férias do meu trabalho na Colômbia (como Oficial de Proteção na Missão de Verificação de Paz da ONU) e resolvi visitar alguns países da Europa.

Era o auge do inverno e passei só um dia em Liubliana, mas um dia TODO foi o suficiente para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. Passei um frio absurdo, auge do inverno europeu, né pessoal? Por isso, quem não gosta de frio ou não está acostumado, melhor viajar em outro momento porque os pontos turísticos dá pra serem feitos a pé, e caminhar no inverno europeu é tenso!! Não nevou quando eu estava na Eslovênia, mas peguei um restinho de neve de dias anteriores.







Cheguei na Liubliana (Ljubljana) por trem. A viagem desde Budapeste durou mais ou menos 8h45 minutos. Os trens são limpos, confortáveis e possuem wifi (no caminho oscila bastante). Alguns assentos têm até mesinha, entrada para carregar celular. É outro mundo. Paguei 36 euros, mas os preços variam de acordo com o horário, etc...

O trem sai da Estação KELETI PU, e o acesso é super fácil através do metro!























Viajei às 16h15 da tarde e cheguei na Eslovênia na madrugada. Por um lado foi bom porque o trem estava completamente vazio. Na parada final só tinha eu, foi até meio assustador. Não teve imigração, somente pediram meus documentos e a minha carteira de vacinação em uma parada que fazem na Áustria. 

Fique atenta aos painéis porque às vezes eles não falam em inglês e você fica toda perdida, não sabe direitinho onde está (rs). Teve um momento que eu dormi e quando acordei o trem estava desligado. Não tinha nenhum passageiro e eles apagaram os painéis. Era uma parada c comum, mas só fui entender depois que quando eles trocam de motorista desligam tudo por uns 20 minutos. Até descobrir isso, me desesperei! Corria de um lado para o outro pra achar alguém, as portas do trem trancadas, tudo apagado. Aff!! 

Enfim, quando cheguei na madrugada, na única estação de Liubliana, tive que pegar um táxi. Tudo escuro, não tinha uma alma na estação. Sorte que encontrei um táxi que me levou para o Hostel para que eu pudesse dormir um pouquinho. Acordei as cinco e meia da manhã para bater perna porque não tinha muito tempo, apenas um dia para conhecer toda a cidade.

Antes de falar sobre os pontos turísticos e o que eu vivi por lá, quero comentar um pouquinho sobre o país. A Eslovênia não é um destino comum para brasileiros. Brasileiro tá acostumado a viajar para os países "tradicionais" ou os que estão "de modinha" e esquece que a Europa é muito mais que isso!!!

A Eslovênia fica na Europa Central e é rodeada pela Itália, Croácia, Hungria e Áustria. O país fez parte do Império Austro-Húngaro até o final da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Nesse ano, os eslovenos se uniram aos sérvios e croatas para formar um novo Estado: Iugoslávia.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Eslovênia se tornou uma república da renovada Iugoslávia. E apesar de comunista, o país se distanciou das regras de Moscou. Anos depois, insatisfeitos com o domínio do poder pelos sérvios, o país acabou estabelecendo sua independência em 1991, após 10 dias de guerra. 

A Eslovênia é um país pequeno, com pouco mais de 20mil km2 de extensão territorial. Parte de seu terreno é montanhoso, o que confere belíssimas paisagens ao país. A Eslovênia tem cerca de 1,9 milhões de habitantes e sua população inclui eslovenos, sérvios, croatas, bósnios e outros grupos étnicos. A maioria da população é católica, embora haja muçulmanos, ortodoxos e outros grupos religiosos também. 

Os principais pontos turísticos da Eslovênia são: sua capital, Ljubljana (Liubliana) e Bled (que conheci no ano seguinte e vou compartilhar daqui a pouco)

Quais Idiomas são falados na Eslovênia?


O esloveno é reconhecido como língua oficial e nacional da Eslovénia (não dá pra entender nada!! rs). Ao longo da história, a Eslovénia tem servido como um ponto de encontro das regiões culturais e linguísticas dos géneros urálico, eslavo, românico e germânico, tornando-se no ponto de encontro mais complexo das línguas da Europa. A Eslovénia reconhece o italiano e o húngaro como línguas co-oficiais. Uma série de línguas estrangeiras e imigrantes também tem presença no país.













Sobre a moeda

euro é a moeda oficial da Eslovênia.

Sobre a culinária

Como fiquei pouco tempo na Eslovênia, não posso recomendar muitas comidas típicas, mas vou dar algumas riquinhas do que eu vi por lá:

1- Prekmurska gibanica: 

Entre as principais comidas típicas da Eslovênia está uma combinação de maçã, queijo cottage, noz e sementes de papoula, que resulta em um dos doces mais famosos do país. É um bolo com uma massa tipo folhada, com várias camadas, portanto, pesa um pouquinho. É considerado uma especialidade nacional.

2- Kremsnita: 

É popular em várias regiões da Europa, mas possui nomes diferentes dependendo da região. Além disso, existem algumas variações do doce original. Bled é a cidade de origem do famoso Kremsnita, um bolo cremoso criado há mais de 50 anos por um confeiteiro do Hotel Park, que fica às margens do lago. 

A receita deste doce amado pelos eslovenos leva manteiga, chantilly, açúcar confeiteiro e manteiga.Para se ter uma ideia de como este doce é popular na Eslovênia, números apontam que mais de 10 milhões de Kremsnita já foram assados na confeitaria do hotel de Bled desde a sua invenção em 1953.

Liubliana

A capital eslovena é considerada uma joia escondida na Europa. A cidade realmente surpreende com a sua bela arquitetura, resultado de diferentes períodos históricos e sobretudo do legado deixado pelo arquiteto Jože Plečnik, responsável por várias construções icônicas da cidade.
















O símbolo de Liubliana é o dragão, que domina pontos importantes da cidade, como a ponte do dragão e o castelo de Liubliana. A cidade também é tomada por parques e jardins botânicos.

Em 2016, a cidade de Liubliana ganhou o título de capital verde da Europa. E não foi por acaso, já que a capital eslovena é um destino sustentável, com espaços verdes bem preservados, e cortada pelo rio Ljubljanica, que zigue-zagueia o charmoso centrinho histórico de casinhas em tons pastel.

Como disse anteriormente, meus passeios foram a pé, não utilizei transporte público, nem táxi para passear pelo centro da cidade, que é onde ficam os principais pontos turísticos. E mais: no centro histórico é proibido circular de carro! 

Fiquei sabendo que durante o verão é possível fazer um tour de bicicleta de mais ou menos três horas pelo centro histórico e o valor gira em torno de 30 euros.

Uma curiosidade: de todos os países que visitei durante a pandemia, a Eslovênia foi um dos que sempre pediam carnê de vacina para entrar em qualquer estabelecimento!

Compartilho com vocês agora os lugares que mais gostei e valem a pena priorizar, principalmente se você tiver pouco tempo em Liubliana!

1- Ponte do Dragão e  Ponte Tripla/ Triple Bridge






A cidade é famosa por suas pontes: tanto a Ponte do Dragão (Zmajski mos), com suas belas esculturas de dragão em bronze, quanto a Ponte Tripla/ Triple Bridge (Tromostovj).  O dragão, aliás, é um símbolo da cidade e simboliza coragem e poder.

As duas pontes ficam bem pertinho uma da outra, no centro histórico mesmo. Super fácil de achar.

2-Mercado Central- Glavna Trznic 

É um mercado ao ar livre, localizado nas praças Vodnikov trg e Pogarnev trg, onde os moradores fazem suas compras, se encontram pra por o papo em dia e comer.






Ele é dividido em 3 partes:

Mercado a céu aberto – Outdoor market: são vendidos frutas e legumes frescos cultivados pelos agricultores locais, frutas tropicais, carnes curadas a seco, flores, plantas e até roupas, calçados, vende de tudo. Parecia um Brás mais chique ...rs.

Mercado Interno – Plenik’s Covered Market: fica em um prédio no mesmo local onde ocorre a feira externa.

Open Kitchen – Food Market – Odprta kuhna: acontece todas as sextas-feiras, em meados de março até o final de outubro na Praça Pogar. Lá são montadas várias barraquinhas onde renomados chefs de restaurantes eslovenos preparam vários pratos de qualidade a um preço acessível. Eu queria muito ter ido neste, mas cheguei em Liubliana no auge do inverno! Acho engraçado que em alguns países europeus parece que tudo para no inverno, só se animam para fazer as coisas no verão mesmo...rs.

3- Ponte do açogueiro- Mesarski Most

Esta é uma das pontes que atravessam o Rio Ljubljanica e onde os casais apaixonados prendem cadeados com seus nomes. Mais uma ponte dos cadeados pra conta! rs

Estranho a ponte ter esse nome e ser romântica também, não acham?rs.





4- Praça de Preseren- Presernov Trg

A Praça de Preseren é o coração do centro histórico de Liubliana. É a mais importante e movimentada praça da cidade.

A fachada rosa da Igreja Franciscana é uma das imagens mais características de Liubliana. No centro da praça há um monumento em homenagem ao poeta France Prešeren e também é lá que fica a famosa Ponte Tripla.



Durante o verão, uma das atrações é a chuva artificial que cai no meio da praça e serve pra gente se refrescar do calor. No inverno, nem sequer funciona.

Não deixe de contemplar o Rio Liubliana. Peguei o amanhecer e mesmo com todo o frio do mundo estava lindo!




5- Prédio Art Noveau - Vurnikova Hisa

A Art Noveau se estabeleceu na cidade mais de uma década depois do terremoto que atingiu Liubliana, em 1895. A maioria dos prédios art Noveau foi construído ao longo da Rua Miklosic, entre a estação de trem de Liubliana e e o centro da cidade antiga. Atualmente, o prédio mais famoso é o Vurnikova Hisa, construído em 1921 e projetado pelo arquiteto Ivan Vurnik.

Antes de continuar a compartilhar os pontos turísticos, uma diquinha para quem quer comprar lembrancinhas. Encontrei umas lojinhas na mesma rua da praça principal encontrei. Não são muito baratas, se comparar com outros países da Europa, mas dá pra achar alguma coisinha legal.



6- Parque Tivoli


É o maior parque de Liubliana e está pertinho do centro da cidade. Construído em 1813, o parque cobre uma área de aproximadamente cinco quilômetros quadrados. O destaque fica por conta da galeria a céu aberto Jakopič Promenad, com exposições fotográficas o ano inteiro. 

Infelizmente não conheci porque estava -3 graus, achei que não valeria a pena. Mas, muitas pessoas dizem que é super bonito.

7- Castelo de Liubliana ( Ljubljanki Grad)



Me julguem, mas não visitei o castelo. Estou um pouco enjoada de castelos. Já conheci uns 500 na Europa (rs). Sem brincadeira. Morei na Irlanda, e isso já explica tudo (rs). Além de tudo isso, o frio desanimou um pouco. Se tivesse calor e um pouco mais de tempo acho que iria pelo menos para sentar nos jardins e tirar lindas fotos.

Mas, fica a dica para quem curte:

O Castelo de Liubliana fica em uma colina acima da cidade. Ele possui cerca de 900 anos. Para chegar até ele é possível pegar um funicular ou subir a pé. A torre e as muralhas do castelo oferecem vistas da cidade.Dentro do castelo há duas exposições permanentes do museu, dois restaurantes, um café e uma espaço para festas.

Acho que deu para conhecer bastante coisa em um dia, não acham? Depois dessa visita curta, mas muito produtiva na capital da Eslovênia, parti para a Itália de ônibus.

Só que o post não acaba por aqui, agora vou compartilhar um pouquinho da minha ida para Bled, em maio de 2023. Um lugar lindo que eu simplesmente amei!!

LAGO BLED

Quando visitei a Eslovênia pela primeira vez não tive tempo de conhecer Bled, era uma vontade que eu tinha. Por ironia do destino fui trabalhar em um abrigo para ucranianos na Áustria, bem pertinho (42 km) de Bled e não pude perder a oportunidade. Em um final de semana de folga peguei o trem (ou melhor, dois porque teve que descer e pegar outro) e fui passar dois dias por lá. Era maio, então o frio ainda existia, mas bem menos do que nos meses de dezembro e janeiro e peguei até um solzinho discreto. O trem era super confortável, rápido e estava bem vazio.




Lago de Bled é uma das imagens mais lindas que podemos ter da Eslovênia. Trata-se de um destino importante no roteiro de quem visita o país, coloque na listinha de vocês, super recomendo. E, melhor não ir no auge do inverno, é melhor numa época menos fria, para poder caminhar ao redor do rio, bater fotos, contemplar as paisagens.


Com 2.120 e comprimento, 1.380 metros de largura e profundidade de no máximo 29 metros, o Lago de Bled está rodeado de montanhas e florestas que se misturam com os Alpes Julianos (assim chamado em homenagem a Júlio César). No centro dele tem a Ilha de Bled que parece pairar sobre a superfície, à espera de pessoas que costumam visitá-la desde a Idade Média. E, no alto de uma das montanhas tem o Castelo de Bled. O lago fica no pequeno vilarejo de Bled, pequeno e charmoso. Foi onde eu me hospedei e com certeza o melhor lugar pra poder fazer todas as atividades a pé.











Sobre a visita ao castelo, não quis. Estou um pouco saturada de visitas em castelos, e preferi ver e fotografar mais de longe. Na época o ingresso custava 10 euros para entrar.



Quanto a ilha, também não visitei, mas p
ara chegar lá é necessário pegar uma gente barquinho de madeira feito à mão, o pletna boat, usado desde 1590. Ele é conduzido a remo por um pletnoar (o condutor), com valor aproximado de 15/20 euros, ida e volta – dividindo com outras pessoas.





Nem lembro quantas vezes caminhei em volta do rio (cerca de seis km de extensão). Foram muitas. É uma paisagem que não cansa, e além disso, muitas atrações como restaurantes, bares, cafeterias, pizzarias, feirinhas ao ar livre, lojas e pontos estratégicos para tirar boas fotos. Como já não estava tão frio durante o dia, o local estava lotado de turistas de todos os lugares, inclusive famílias.








Ah, uma observação: Bled vira um breu à noite! Em algumas partes não há luz nenhuma, então é melhor aproveitar durante o dia. Bled é o lugar ideal para descansar, ter contato com a natureza, pensar na vida, meditar, ou até mesmo fazer uma viagem romântica com o seu amor. Os restaurantes não são baratos, mas são muito bons e muitos deles italianos (a Itália fica pertinho da Eslovênia e por isso influencia bastante na culinária local).






Um final de semana é mais do que suficiente para conhecer o Bled e tenha a certeza de que você não vai se arrepender.















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2 comments

  1. Amei gratas por sempre informar a gente você e a melhor do mundo!❤

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    1. Obrigada por prestigiar a mim e os meus conteúdos <3

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