Boneca de Ferro no Canadá

by - segunda-feira, dezembro 18, 2017

Olá, gente! Hoje vou contar como foi viajar para o Canadá de trem! Espero que gostem :)




Quem está nos Estados Unidos e quer aproveitar para conhecer um outro país gastando pouco, essa é uma boa oportunidade. Estive em Nova Iorque pela primeira vez em 2014, para estudar inglês (clique aqui pra saber como foi essa experiência que era um grande sonho meu) e no final da viagem decidi visitar o Canadá. Na verdade, já tinha tirado o meu visto no Brasil porque tinha essa intenção, só não sabia se ia dar tempo e se sobraria dinheiro para isso, mas deu certo!




Achei o recibo do quanto gastei para tirar o visto em 2014, eles grampearam na última página do meu passaporte




A ideia partiu quando vi na internet que daria para chegar a Montreal de trem. Nunca tinha feito uma viagem de trem de tantas horas. Como sou louca para viver novas experiências resolvi ir sozinha passar uns três dias por lá. Confesso que foi super corrido, mas como estudava em Nova Iorque não podia perder muitos dias de aula.

O trajeto de trem e alguns perrengues

Penn Station Nova Iorque, de onde saem os trens que vão para infinitos lugares, inclusive para o Canadá



Trem da Amtrak, empresa que viajei para o Canadá e não tenho nenhuma reclamação a fazer sobre ela



Comprei minhas passagens na Penn Station NY que custou mais ou menos 136 dólares, ida e volta. Achei acessível, apesar de estar dura depois de comprar perfumes, make ups, roupas e afins durante minha estadia em NYC (rs). Se vocês pensam em deixar para viajar ao Canadá no final de uma viagem aos Estados Unidos façam os cálculos e guardem dinheiro suficiente para não passar perrengues.

Por muito pouco o trem não foi embora sem mim!

Minha passagem era para as oito da manhã, mas fui dormir cinco horas por conta de uma baladinha na noite anterior. Meus dias em NYC foram intensos (rs)! Era um sonho que estava realizando, então estava ansiosa, queria fazer tudo, conhecer tudo, sair a noite, parecia uma doida. Mas, é entendível, né gente?! Passei anos da minha vida me planejando pra conhecer esse lugar, juntando meu dinheirinho suado...:)

Enfim, o que acham que aconteceu comigo? Perdi a hora. Fui acordada pela minha amiga com uma ligação telefônica às sete e vinte da manhã e meu trem saía em quarenta minutos. Saí correndo (era uma caminhada de vinte minutos até a estação). Esqueci os lanches que preparei para não precisar ficar comprando nada dentro do trem (as coisas são caras), fechei a mala faltando um monte de coisas e parti. Fui a última a entrar no trem, suando, nervosa e sentindo que faltava pegar tudo, sabe? 


Dica: não saiam na noite anterior quando se trata de uma viagem no período da manhã (rs)


Sobre a viagem de trem

O trem era show! Tudo limpinho, com restaurante, banheiro, entrada para carregar o celular em cada assento e uma poltrona que dava pra deitar tranquilamente.  Foram onze horas de viagem com algumas paradas. 

Ah, claro que tinha um brasileiro na minha frente que ouviu a história trágica da minha manhã e me presenteou com um iogurte que me deu uma dor de barriga que jamais esqueci (rs). Valeu a intenção! Melhor que comer pão puro que estava na minha bolsa (acredite, o único pão perdido esqueci de colocar o queijo dentro).






                                                                Imigração

O processo foi mais ou menos tranquilo, mas demorou pra caramba! Na fronteira o trem para e entram os policias para checarem os passaportes. Me perguntaram coisas do tipo: “o que você vai fazer lá? Quantos dias vai ficar? Por que decidiu ir para o Canadá? Respondi tudo. Eles eram bem antipáticos, mas deu tudo certo. Dica: responda com calma, leve provas que você não tem intenção de ficar por lá (como a passagem de volta ao Brasil) e tenha paciência, porque geralmente não somos bem tratados.

                     Chegada a Montreal: esqueci de trocar dinheiro

Onze horas de viagem. Deu tempo de pentear o cabelo, fazer o make, me recompor. Voltar a ser eu (rs) e dormir um pouco depois de uma noite de festa. Apesar de ninguém me conhecer, precisava pelo menos conseguir me olhar no espelho. Aliás, deu tempo de comer, ler, conversar, dormir de novo. Cansou, viu? As paisagens “fazem valer a pena”, mas depois de algumas horas até isso “enche o saco”. Infelizmente naquela época a ideia de fazer um blog não era nada concreta, por isso tenho poucos registros, mas compartilharei tudo o que tenho.

Cheguei em Montreal quase oito horas da noite e somente próximo de desembarcar lembrei que tinha esquecido de trocar dólar americano por dólar canadense. Oito horas da noite, todas as casas de câmbio fechadas. Uma grande dica: nunca deixe de trocar o dinheiro antes. Eu simplesmente me ferrei! Ia trocar antes de pegar o trem em NY e acabou dando toda aquela confusão por causa do meu atraso. Conclusão: tive que pedir emprestado para um homem que estava comprando bilhete na estação uns trocados para pagar o metrô (emprestado nada, dado! Nunca devolvi ..rs). Pode isso? Mendigando na estação de trem (rs), que vergonha! Mas, tenho um lado mochileira dentro de mim que inclui a cara de pau. Aprendi a me virar, a correr atrás das coisas. Se não fizesse isso ia fazer o que? Voltar para NY?

Claro, temos que ser responsáveis, fiz tudo errado, mas um bom viajante deve aprender a se virar, lidar com os imprevistos, procurar soluções. Toda viagem vai ter alguma dificuldade a ser enfrentada, umas maiores, outras menores, mas sempre aparecerá!



Vista do trem chegando em Montreal


Tinha reservado um hostel pela internet. Isso, um hostel porque queria gastar pouco, ter apenas um lugar limpo para dormir e porque vi que esse tipo de habitação no Canadá é bacana demais. Quinze doláres a diária e era top!! Se chama The Alternative Hostel of Montreal.  Mas já conto mais sobre como foi a minha estadia nele.

Depois de conseguir o dinheiro para o metrô tive que caminhar até o hostel porque não tinha dinheiro para o táxi. Meia hora caminhando. Mas como usar o GPS se o celular não funcionava? É, depois fui me dar conta que não me organizei bem, mas agora tinha que me virar. São coisas que a gente aprende.

O jeito foi ir até o Mc Donalds, que tem wifi, printar todo o caminho e me virar. Carregada, cansada, irritada, incomunicável, mas cheguei. Morta, mas cheguei e estava bem feliz por isso. Fui de salto alto. Foi tenso. Por isso meninas, tentem não ser loucas como eu e usem algo mais baixinho  e confortável pra não machucar o pé (rs)!

                                   Minha experiência em um Hostel de Montreal

Foi a melhor possível. Começando pela boa vontade da recepcionista deixar com que eu dormisse uma noite e acertasse o valor no dia seguinte quando a casa de câmbio abrisse (caso contrário ficaria na rua).

Como disse anteriormente, o hostel se chama The Alternative Hostel of Montreal. Fica na Vieux-Montréal, que é um bairro da cidade, província de Quebec. É o bairro histórico de Montreal. Os perrengues não continuaram. Era limpo, organizado. Dividi quarto com uma francesa e uma canadense. Tudo em paz, local para guardar os pertences pessoais, banheiro feminino limpo. Atendimento bom e uma cozinha pra fazer meu miojo (rs).








Enfim, super indico. Quinze dólares por dia é extremamente barato.Confesso que foi a minha primeira experiência em um quarto compartilhado. Na verdade. já tinha compartilhado quarto em hostel, porém com amigas e não com desconhecidas. Para mim é um pouco ruim porque tenho o sono muito leve, mas em relação a outras coisas isso não foi um problema. Confesso que estava com medo, um pouco de preconeito, mas se vocês escolherem o hostel certo isso se tira de letra. Quarto compartilhado com homem aí já tenho minhas restrições, mas se um dia fizer isso vou contar como foi.

Mais um detalhe: comi no primeiro dia quando cheguei no Canadá? Não. Depois do iogurte do cara do trem que me deu dor de barriga virei a noite sem comer. Não queria mais pedir dinheiro emprestado. Achei uma banana amassada na bolsa e foi com isso que eu virei a noite pra acordar, trocar o bendito dinheiro e ir em um restaurante árabe encher a pança no dia seguinte!!


Depois do jejum (rs), me presenteei com um pouquinho de comida árabe que quase não gosto

  O que visitei em Montreal?

Quem está pensando em viajar, minha dica é revirar blogs de mochileiros (de preferência esse...rs), para ter uma ideia dos lugares legais e baratos. Façam um roteirinho (eu particularmente carrego meu caderninho pra onde vou) porque dependendo do tempo que vocês têm não dá pra conhecer tudo. E deixar pra programar as coisas na hora pode dar tudo errado. Na internet a gente encontra dicas de lugares bons, transportes econômicos e informações para evitar certos perregues.

Montreal é uma cidade limpa e organizada. Sempre me disseram que parece uma cidade europeia, e é verdade. Eu fui no verão, então não posso opinar sobre o inverno de lá, que pelo que eu vi é um inverno “nível Alaska”. Os canadenses de Montreal falam francês, mas também se comunicam em inglês, não se preocupem. 




Foram poucos dias, mas fui bem recebida por todas as pessoas que conversei. A moeda é o dólar canadense, que é um pouco mais barato do que o americano. Aliás, amei as cédulas canadenses, são tão charmosas quanto a cidade.






                                                    Alguns lugares legais

Fiz a maioria dos passeios a pé, já que meu hostel estava localizado bem perto do centro (isso é importante). Não consegui me aprofundar e conhecer tudo, foram apenas três dias. Então, vai algumas dicas para quem tem poucos dias em Montreal como eu tive!

Basílica de Notre Dame: é um dos locais mais visitados por turistas. Ela foi construída em 1829. É linda e vale a pena conhecer. Fui a pé. Fiquei encantada com a estruturas do interior da igreja. Uma das catedrais mais lindas que já vi. Ela fica no centro de Vieux-Montreal.








Muito turista (rs)

Old Port Montreal/ Vieux- Port: o porto de Montreal é lindo. No verão é muito bacana caminhar pela orla. Levem algo para proteger a cabeça e usem protetor solar porque o calor nessa época do ano é forte. 

Como tudo na cidade, o local é limpíssimo e os jardins impecáveis. Também fica na Vieux- Montreal e da basílica deve dar uns quinze minutinhos caminhando (fui a pé do meu hostel). Vale a pena conhecer. No mesmo espaço há variedade de restaurantes.


Na época o Circo de Soleil estava montado lá (aliás, me arrependo de não ter ido porque custa muito mais barato do que no Brasil).











Place Jacques Cartier: é uma praça linda, toda decorada com flores e fica bem pertinho do Porto. Fiquei encantada com a decoração dos restaurantes de lá, um charme! Aliás, Montreal está entre as cidades mais charmosas que conheci até hoje. A maioria dos locais oferece música ao vivo. É um lugar frequentado por famílias onde vocês vão encontrar crianças brincando, idosos descansando e barraquinhas com artesanatos super legais!









China Town: quem me conhece sabe que todo lugar que visito vou atrás de um bairro chinês (rs). Adoro comprar minhas "muambas" e lembrancinhas. O bairro também fica na parte velha de Montreal, a Vieux (como você pode perceber, há muita coisa legal nessa parte da cidade). Fiz tudo a pé e praticamente não sai dessa região no tempo que estive no Canadá. Nesse local vocês encontrarão muita coisa legal, principalmente para o gosto das meninas e quem curte decoração. Produtos baratos e muitos restaurantes pra quem aprecia a comida chinesa.








Festival Internacional de Jazz



Acontece anualmente, entre junho e julho. Pra falar a verdade eu nem sabia que existia e descobri quando fui procurar algo pra fazer a noite. Estava sozinha, tudo tão corrido, que mal consegui fazer amizades e as meninas que estavam no meu quarto já conheciam tudo isso.  Mas, como me falaram que é um evento super tradicional, que reúne mais de 3000 músicos de mais de 30 países, acabei dando uma passadinha. Foi a minha única "noitada" em Montreal, por isso não posso recomendar baladas, bares agitados, etc. Preferi tirar meu tempo pra conhecer os pontos turísticos e a noite eu sempre estava morta. Fui a pé também (fica na Place-des-arts que é um dos cartões postais da cidade), aproveitei pra comer, tomar uma cervejinha e assistir trechos de alguns shows. Estava lotado.









Rua Saint PaulÉ o coração da Old Montreal, onde há muitas lojas, pubs, restaurantes e bares. Um ótimo lugar para frequentar a qualquer hora do dia. Mais um lugar charmoso de Montreal.












Os três dias passaram voando. Desejaria ter ficado mais uns quatro, pelo menos. Façam isso se tiverem a oportunidade. Não gastei muito, consegui caminhar para todos os lugares e não fiz compras porque já tinha gastado o que não podia em NYC. Resumindo: valeu a pena. Valeu a correria, inclusive os perrengues que serviram como um grande aprendizado para as próximas viagens. 

A volta foi mais tranquila e cheguei na linda NY com uma sensação de mais um sonho realizado. Boneca de ferro em mais uma missão cumprida e cheia de histórias pra compartilhar. 


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