O melhor do Marrocos

by - quinta-feira, agosto 29, 2019

Olá!! Quem me conhece sabe que há muito tempo tinha vontade de conhecer o Marrocos. No meio desse ano, recebi o convite do marroquino Youssef Faska, proprietário da agência Xplor Viagens, para conhecer a excursão que eles fazem para o deserto do Saara! Não pensei duas vezes e fui. Esse passeio é muito conhecido na Irlanda, onde moro atualmente. A agência faz diversas excursões por mês para grupos de brasileiros que vivem na Europa, principalmente em Dublin, capital irlandesa.




Além de proprietário, Youssef é guia. Apaixonado pelo Brasil fala português fluente, o que ajuda muito durante a excursão. Apesar da maioria dos clientes morarem na Europa, recentemente a agência anunciou parcerias com agências brasileiras com preços extremamente convidativos e bem mais baratos do que qualquer pacote oferecido no Brasil.

A partir de agora, contarei em detalhes como foi a realização desse sonho. Espero que gostem <3



Eu e o Youssef 

                                                                                                             Eu e o Youssef 


Idioma e visto

Felizmente brasileiros não precisam de visto para entrar no Marrocos e a imigração é bem tranquila. Quanto ao idioma, poucas pessoas falam inglês, todos são falantes de árabe e alguns "arranham" o francês. Não vai ser raro você perguntar algo em inglês e eles responderem em francês (rs). Além disso, uma parte da população fala o berber. Os povos berberes são nativos das regiões de ocupação do norte da África que se estendem do Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo. Eles falam a língua pertencente à família afro-asiática. Há cerca de 25-30 milhões de falantes de berberes no norte da África hoje, com a maioria encontrada na Líbia, Argélia e Marrocos. Acredita-se que a maioria da população no norte da África seja de origem berbere. Os berberes não são inteiramente uma etnia homogênea, mas incluem uma ampla gama de sociedades.

O clima

Viajei no auge no verão. Julho e agosto são meses extremamente quentes no Marrocos, sinceramente quase "morri assada"(rs), por isso nem a própria agência recomenda esse período. Os melhores meses para viajar ao Marrocos são: setembro, outubro, novembro, maio e março. Durante esse período o clima é mais ameno, já que, por incrivél que pareça, o inverno no país é bem rigoroso e com presença de neve.





Um pouquinho da história do Marrocos

Localizado no extremo norte da África, e muito próximo da Europa, o Marrocos é um país cheio de história e cultura. Possui paisagens deslumbrantes que combinam deserto, montanhas e litorais, com uma culinária rica e um povo muito hospitaleiro. Marrocos fica a apenas 8 milhas (13 km) de distância da Europa, através do Estreito de Gibraltar. Das terras marroquinas, inclusive, é possível ver algumas ruas da Espanha. A ponte Rio-Niterói, por exemplo, possuindo 13,29km de extensão total, poderia ligar os dois países. Apesar de serem divididos pelo mar Mediterrâneo, existe uma fronteira física entre os dois continentes, uma vez que a Espanha possui duas cidades autônomas localizadas no Marrocos: Ceuta e Melilla. 
Curiosidades: apesar do consumo de bebidas alcoólicas ser proibido para os muçulmanos, os marroquinos são grandes produtores de vinhos e cervejas, porém quase toda a produção é destinada para exportação ou para locais bastante frequentados por estrangeiros, como os hotéis. É bem difícil consumir álcool por lá, não é fácil encontrar opções e elas são bem caras. A venda sem restrição só é permitida a turistas, e, ainda assim, é proibido andar com bebidas na rua mostrando a embalagem.
Em geral, as mulheres marroquinas não andam de burca e as vestes variam de região para região. Você pode se vestir como quiser, como se sentir melhor. Porém, recomendo deixar roupas muito curtas, decotadas ou transparentes para outro destino. Uma boa notícia é que as mulheres já começaram a ter um papel ativo na sociedade e em algumas partes do país muitas jovens trabalham.



Em relação ao turismo, o Marrocos atrai cerca de 11 milhões de turistas ao ano. O turismo é um grande movimentador da economia do país, perdendo apenas para agricultura, indústria transformadora e extração mineral (principalmente venda de fosfato).
Ah, não se surpreenda se alguém gritar “No photo! No photo!". Apesar dos marroquinhos serem muito simpáticos, algumas pessoas não gostam. Por isso, sempre pergunte antes de fazer qualquer registro.
O que levar na mala?
É bem difícil, principalmente para as mulheres, mas faça um esforço e leve somente uma mala de mão ou uma mochila. A excursão é bem dinâmica, passamos boa parte do tempo na van e em diferentes acomodações, portanto uma mala grande pode atrapalhar muito a sua vida (se eu, a louca das malas grandes, estou comentando isso pode acreditar em mim...rs).
Listei algumas coisinhas que considero fundamentais para a excursão:
1- Protetor solar, creme hidratante (a pele fica extremamente seca) e óculos de sol;
2- Bateria extra (você vai tirar fotos o dia todo e sua bateria certamente vai acabar) e Pen drive (caso seu celular não tenha memória suficiente);
3- Lenços para enrolar na cabeça por causa do sol e poeira (podem ser comprados por lá também por cerca de 4 euros cada);


4- Garrafa de água: leve a sua garrafinha para encher onde tiver água disponível. A água no Marrocos também é bem baratinha, você pode comprar por lá durante as paradas;

Meus amigos de todas as horas (rs)
5- Tênis: necessário para o passeio de camelo por conta da areia quem. Sugiro que faça o passeio de calça.



Internet e dinheiro
Não se preocupe, você não ficará offline na maioria do tempo. A van da excursão e todas as acomodações possuem wifi, inclusive as tendas do deserto. 

A moeda do país é o Dirrã Marroquino e a melhor opção é trocar o seu dinheiro dentro da casa de câmbio no Hotel Ali, onde o grupo se hospeda na primeira noite da excursão. Atualmente 1 Dirrã equivale a 0,43 centavos de real e 0,094 euros. A agência me aconselhou levar 50 euros para gastar e isso foi mais do que suficiente. Seus únicos gastos serão os almoços, água, lembrancinhas e algo pessoal do seu interesse, nada mais que isso.



Comida
A culinária do Marrocos é bem peculiar. Particularmente é difícil um brasileiro se adaptar pelo fato de ser muito temperada e extremamente apimentada, por isso, tome cuidado e experimente com moderação para não causar algum revertério como foi o caso de alguns brasileiros do grupo.  O pão é um alimento muito comum, bom e barato. Sou suspeita para falar, eu realmente amo um pãozinho (rs). As saladas e as frutas também são bem gostosas e fresquinhas. :)











Algumas informações sobre o pacote



O pacote inclui cinco dias e quatro noites, seguro viagem e os translados (aeroporto-marrakech, marrakech-aeroporto). Parece pouco, mais é suficiente para se divertir demais e cansar demais também (rs). Claro, o Marrocos tem centenas de lugares maravilhosos e se você pode ficar mais, fique. Mas, em relação a excursão o tempo é ideal. 
O valor atual é 130 euros por pessoa, já com as acomodações incluídas, jantares,  café da manhã e o seguro viagem. A passagem de avião deve ser comprada a parte. Se você está na Europa a melhor opção é a companhia aérea low cost Ryanair. Passagens saindo de Dublin custam de 90 a 150 euros, porém consulte escalas em Londres, Liverpool e Madrid porque geralmente aparecem algumas promoções. Ah, quanto antes comprar melhor porque as passagens sobem demais perto da data do voo.




Só para ter uma ideia, o tempo de voo de Dublin para Marrakech é de apenas três horas e meia.

Mas, agora vamos ao que realmente interessa. Vou compartilhar um pouquinho das experiência em relações aos passeios que essa excursão oferece. 
Dia 1: Cheguei em Marrakech no final da tarde e a agência me pegou pontualmente no aeroporto e me levou para o Hotel Ali, onde fiquei hospedada na primeira noite. Esse dia é livre, portanto aproveitei para trocar dinheiro, descansar e fazer uma caminhada. O hotel (simples, porém limpo e bem localizado) fica no centro da cidade, ao lado da praça mais famosa de Marrakech, a Jemma El Fna. É uma das maiores e mais movimentadas praças do mundo, vale a pena passar por lá e conhecer a verdadeira cultura marroquina. É uma bagunça interessante. Ali você encontra todos os tipos de comida, centenas de barracas lotadas com pessoas comendo e conversando, rodas de música, dança, rituais religiosos, brincadeiras, teatro a céu aberto e produtos típicos para venda. É realmente louco e incrível ao mesmo tempo. Fiquei perdida e impressionada!

Hotel Ali

Hotel Ali
















Os marroquinos adoram os brasileiros, portanto o que você mais vai ouvir é: "Carnaval! Neymar! Feijoada!!", é bem engraçado. Fiquei algumas horas por ali, não faltam atrações.
Apesar de estar bastante escuro, gravei um vídeo que pode ser visto clicando aqui.
Dia 2: Após o café da manhã, por volta das oito horas, a van passou para me pegar no hotel e parti com o restante do grupo em direção ao deserto do Saara. os grupos podem chegar a 30 pessoas, porém na minha excursão eram somente dez, a maioria brasileiro, um casal italiano e duas chilenas.


Café da manhã
Café da manhã
Café da manhã
A viagem é bastante cansativa e a estrada com curvas extremamente acentuadas (leve um remedinho caso você sofra com enjoos), mas as paisagens são incríveis. São feitas várias paradas no caminho para apreciar as belezas marroquinas, para ir ao banheiro e comprar água. Durante o dia passamos pelas montanhas e fizemos uma parada em um local onde é produzido o famoso e exclusivo óleo de argan marroquino, tão famoso entre as mulheres brasileiras.O óleo de argan é um tratamento extremamente eficaz para os cabelos, mas recentemente descobriu-se também sua eficácia para o tratamento da pele. 














O óleo de argan é produzido de forma manual (o processo é mostrado durante a visita), primeiro retirando a polpa das nozes e deixando-as ao sol para secarem. Depois são utilizadas pedras para abrir as nozes secas para que as sementes possam ser removidas. Em seguida, elas são tostadas e o óleo é finalmente retirado.













Após a visita, nossa próxima parada foi na aldeia de Ait Ben Haddou, onde fica o Hasbah, considerado pela Unesco como patrimônio da humanidade. Com um guia local fizemos a visita nesse famoso ponto turístico que se assemelha muito a um castelo. O local foi palco de vários filmes como: O gladiador, Game of Thrones, Cleópatra e Príncipe da Pérsia. Além disso, ficou famoso no Brasil após ter sido parte das cenas da novela O clone, da Rede Globo.

Clique aqui e assista o vídeo que mostro um pouquinho desse lugar lindo :)




Atrás de mim está o castelo onde foram gravados os filmes












O passeio é incrível e no caminho encontrei os primeiros camelos. Era um sonho estar pertinho deles em um deserto "de verdade''.








Após o almoço em um restaurante típico, seguimos viagem até Ouarzazate, considerada a porta de entrada do Saara. Que emoção, meu sonho de estar conhecer o deserto e andar de camelo estava cada vez mais pertinho de ser concretizado!! :)
Passamos pelos Vales das Rosas (responsável pela maior produção de água de rosas do país), pelo Palmeiral de Skoura e Boulmalne. A hospedagem dessa noite foi num hotel lindo, confortável localizado na região da Gargante de Dades. Ah, com direito a piscina. :)








Dia 3: Gente, esse foi o grande dia!! Passei o dia ansiosa a espera do passeio de camelo, que foi programado para o final da tarde (muito bem pensado por sinal porque o calor já tinha dado uma trégua).
Depois do café da manhã continuamos a viagem em direção a Merzouga passando pela maravilhosa Garganta de Todra. Fizemos uma parada em uma loja de produtos e roupas típicas (melhor local pra comprar lembracinhas porque são mais baratas) e pudemos escolher uma roupa marroquina de nossa preferência para tirarmos fotos, foi muito bacana.

Garganta de Todra


















O almoço foi livre e seguimos viagem para as Dunas Erg Chebb. Chegamos no final da tarde e já partimos para a caravana de dromedários (uns falam dromedários, outros camelos. Não consegui chegar a conclusão nenhuma, mas costumo falar camelos que fica mais fácil..rs).





















O deserto é lindo! Aquela areia fininha, alaranjada, aquele silêncio. Uma paz! Sem palavras ou fotos que expliquem a sensação de estar em um lugar que só via em documentários e fotos no Google. É tudo isso e muito mais!

Clique aqui para dar uma olhadinha no nosso passeio :)





O passeio durou mais de uma hora e fizemos uma parada para contemplar o pôr do sol. Não vou negar que bateu um medinho no começo e uma leve dor na virilha no dia seguinte, mas os camelos são mansinhos e logo nos tornamos amigos (rs). As paisagens são fantásticas e renderam centenas de fotos e vídeos (centenas mesmo!!) rs...
No caminho também paramos para fazer Sanboard (já incluso no pacote) nas montanhas. Para quem não conhece, é um esporte que consiste em descer nas dunas de areia com uma prancha parecida com a de snowboard.





Prestes a voltar para o ponto de partida, pegamos uma tempestade, que não durou mais de dez minutos. Sim, chove no deserto !! (rs). O final do passeio nos deixou no acampamento, bem no meio do deserto, onde passamos a noite.
As barracas são bem estruturadas (é bastante quente, portanto se tiver um ventiladorzinho portátil é interessante levar) e a internet funciona bem. Dividi a barraca com as duas chilenas. Fomos recebidos com um jantar bem típico, aperitivos, vinho e um show de música marroquina feito por locais. A italiana que fazia aniversário ganhou até bolo e nossa noite acabou virando uma grande festa.














Dia 4: Foi o dia de acordar cedinho para contemplar o nascer do sol nas dunas do deserto. Após o café da manhã foi hora de partir para Marrakech, a parte mais longa e cansativa da viagem porque são quase 11 horas de estrada. Abaixo, fotos cedidas pelo meu colega João Pedro Alves, que estava na excursão comigo.




Vale a pena desfrutar das belas paisagens desérticas no caminho. Fizemos algumas paradas para descansar, almoçar e comprar água. Chegamos em Marrakeck (no mesmo hotel da primeira noite) cerca de oito horas da noite, tempo suficiente para dar uma caminhada, jantar e descansar.
Dia 5: Na verdade não tive o quinto dia porque meu voo para Dublin saiu super cedo, fui para o aeroporto na madrugada. Uma dica é pegar o voo o mais tarde possível para aproveitar o último dia. Acabei perdendo passeios muitos legais pela cidade como o Koutoubia, Palais da Bahia, a visita aos Souks e Medina, todos feitos por um guia local.
No final da excursão estava morta, o calor me derrubou bastante. Mas, cada detalhe valeu a pena. Não imaginava que o Marrocos fosse tão interessante. É um país que você terá a oportunidade de simplesmente respirar cultura...e que cultura!!
A experiência no deserto foi inesquecível, recomendo que todos que façam essa excursão pelo menos uma vez na vida. Até breve, Marrocos! 





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