Réveillon na Guatemala

by - sexta-feira, fevereiro 25, 2022

 Oi, gente!! Hoje, vou compartilhar com vocês como foi conhecer a Guatemala, onde passei a virada do ano (2021/2022). Foi uma experiência relativamente bacana, porém cheia de perrengues!! Vou contar tudinho pra vocês agora.


Como comentei no post que contei como foi a minha viagem para El Salvador (aproveite e clique aqui para saber tudinho sobre essa viagem) pelo fato de ter morado na Colômbia por um tempo aproveitei para conhecer um pouco mais da América Central que não conhecia praticamente nada. Tinha alguns dias off por causa do ano novo e resolvi fazer essa aventura: Guatemala e El Salvador. Mas, a parte da viagem para a Guatemala foi meio tensa, passei vários perrengues, vários imprevistos e isso me deixou um pouco aborrecida. Se me perguntarem hoje se escolheria a Guatemala outra vez como meu destino de viagem, eu diria não, pelo menos por agora. O país tem muitos lugares lindos e históricos, mas está entre os países que não tenho muita vontade de voltar por tudo o que me aconteceu. Talvez devo tentar mais uma vez, mas só bem mais pra frente, quem sabe. De qualquer maneira, obviamente que compartilharei o que foi bom também. 

Tenho um amigo super gente boa que é nativo da Guatemala, trabalhamos juntos por um ano. Ele me prometeu que se eu visitar a Guatemala de novo me fará ter uma outra visão do país. Prometi pensar nessa possibilidade.

Quem me acompanha aqui sabe que é raríssimo "falar mal" de um país, mas passei tanto perrengue que nem tem como esconder. Claro que valeu a experiência! Procuro sempre tirar algo de bom de qualquer coisa que faço na minha vida. 

Alethea, mas o que aconteceu?

Tive diversos problemas, começando pelo meu voo que atrasou sete horas. O voo foi dia 31/12 e tinha planos de chegar na Cidade da Guatemala e ir direito para a Antiga Guatemala, para a virada do ano. Resumindo, pra começar já perdi o ano novo.

Mas, vou contando os perrengues no decorrer do post. Como comentei anteriormente, quero compartilhar as coisas boas, ruins, perrengues e curiosidades. Um pouco de tudo!

A Guatemala é um país localizado na América Central. Entre as principais nações dessa região, ela apresenta vantagem em relação no que se refere aos avanços no setor industrial.

Assim, a Guatemala cruza as suas fronteiras ao leste com Honduras, ao sul com El Salvador, e ao oeste e norte com o México. No que se refere aos oceanos, o país é banhado pelo Atlântico em sua melhor parte, ou melhor, o mar do Caribe, e também pelo oceano Pacífico. Além disso, o país também é muito montanhoso.

Muitos ainda confundem a Guatemala com o seu passado, quando ela ainda era uma colônia de Portugal. Porém, a nação conquistou a sua independência antes mesmo do que o Brasil, no ano de 1821, quando se incorporou ao México. Em 1823, ela começou a ser parte da Federação Centro Africana e 15 anos mais tarde, em 1838, se tornou uma nação politicamente independente.

O país certamente reúne uma série de surpresas – principalmente para os seus moradores. Ele está sempre sujeito à ação dos terremotos, conta com vulcões em atividade, picos e, ainda, está dividido no meio por duas cordilheiras – a Serra Madre e a Serra dos Cuchumatanes.

Outra curiosidade interessante acerca da história da Guatemala é o fato de que o país foi o centro para a formação e desenvolvimento da civilização Maia, principalmente entre os séculos IV e IX. A nação ficou profundamente marcada pela oposição que se instaurou entre os indígenas Maias (que compunham quase metade da população) e a elite que marcou suas origens em meio à colonização espanhola.

O primeiro grupo concentrou muitos adeptos a medida de que eles mantinham forte influência na desenvoltura de uma cultura nacional. Por outro lado, a elite espanhola era quem tinha o poder econômico e político de toda a nação.

A Guatemala é habitada por cerca de 14 milhões de habitantes. Sua densidade demográfica é de 128,8 indivíduos por quilômetro quadrado. A média de crescimento da população é de 2,5% ao ano. A grande maioria dos guatemaltecos mora em áreas rurais da cidade, predominando em 51%.

No que se refere à economia, a principal fonte de renda da nação é a atividade agrícola. Com base em culturas tropicais para a exportação, a produção é voltada para o café, banana e açúcar. Nesse sentido, uma curiosidade interessante é que a agricultura é responsável por empregar mais da metade da população economicamente ativa.

Como já dito anteriormente, outro destaque da civilização guatemalteca é em relação à indústria, em desenvolvimento constante e gradativo. Ela fica à frente de todos os outros países centro-americanos, motivo pelo qual serve de exemplo para toda a América Central.

A extensão de território da Guatemala é de quase 110 mil quilômetros quadrados. A capital, por sua vez, também ganha o nome do país: Cidade de Guatemala.

O modelo governamental da Guatemala é baseado em uma república presidencialista, com 22 departamentos na divisão administrativa, que no caso, funcionam como estados. O presidente atual do país é Álvaro Colom Caballeros.

Acho que a maioria já sabe, mas vale lembrar que a Guatemala é um país de idioma nativo espanhol, uma vez que foi colonizada por esse povo. Além disso, também desenvolveu várias outras linguagens regionais, ou melhor, dialetos nativos – lembrando que a grande maioria deles são bem similares com o idioma nativo.

Moeda na Guatemala




O quetzal é a moeda nacional da Guatemala. Recebeu o nome da ave da Guatemala, o quetzal. Divide-se em 100 centavos. O plural é quetzales. Na antiga Civilização Maia, as penas da cauda do quetzal eram usadas como moeda. Ela se subdivide em 100 centavos, que na gíria local são chamados de lenes.


Como é o clima da Guatemala?

A capital do país está a 1.532 metros de altitude acima do nível do mar, no Valle de La Ermita, rodeada por vulcões e cordilheiras. Durante todo o ano, por conta da sua localização, as temperaturas são amenas, podendo variar entre 9°C e 21 °C.

O período de chuvas na região acontece no inverno, que se estende de maio a outubro, com temperaturas que podem ficar baixas, em torno de 5°C.

Já o verão, considerada temporada de seca, vai de novembro a abril, com temperaturas que podem chegar a 25 °C. Essa é a época mais indicada para turistar pela cidade, já que o clima é agradável e quase não chove.

Peguei calor todos os dias, mas a noite (principalmente na madrugada) eu senti bastante frio para dormir.

Curiosidades sobre a Guatemala

• O país é predominantemente católico, ou melhor, essencialmente. Isso porque 97% dos indivíduos são adeptos a essa crença religiosa. Dos outros 3%, metade deles são indivíduos ateus e/ou sem religião, e os outros 1,5% são compostos por pessoas com outras crenças.

• A composição étnica da Guatemala também é algo que chama a atenção: são 56% euramerindios, além de 41% ameríndios e, para finalizar, 3% de chineses, que imigraram para a nação.

• A expectativa de vida ao nascer é de 70 anos, e um dos principais problemas sociais da Guatemala é em relação à miséria, uma vez que 16% de toda a população é desnutrida.

• Mas, por outro lado, a água potável não é um problema, uma vez que 96% das casas são abastecidas com água potável, e 84% também são privilegiadas com o acesso às redes de saneamento básico.

Virada de ano

Como comentei no comecinho do post, não tive virada de ano e agora explico o porquê. 

Meu voo atrasou sete horas. Tinha um voo que chegava na Cidade da Guatemala e dali eu pegaria um ônibus para a Antiga Guatemala, onde passaria a minha virada. É lá que tem a festa do ano novo, os fogos, tudo que rola de mais típico no país é comemorado lá. Já tinha reserva de hotel, tudinho organizado. Mas, como meu voo atrasou cheguei quase oito horas da noite no aeroporto da Cidade da Guatemala.


Na internet dizia que os ônibus funcionavam até às 23 e não dizia nada no site das empresas que por ser dia 31, funcionavam até às 18. Ou seja, perdi todos os transportes possíveis para viajar até lá (uma hora e tanto de viagem). O aeroporto estava super vazio, tudo escuro. Assim começaram os perregues. Pensei em ir de táxi até os poucos que tinham começar a tentar me explorar e pedirem cerca de 500 reais para me levar. De ônibus custava cerca de 40 reais.

Todos os motoristas que falavam comigo faziam piada, me maltrataram, diziam que se eu não queria pagar era melhor ir a pé. Fui super mal tratada por ser estrangeira. Todos os dias que estive na Guatemala foram assim. Talvez tenha tido muito azar. Claro, há muitas pessoas boas também como em qualquer lugar do mundo, mas depois de viajar quase 60 países posso dizer que a Guatemala foi onde quiseram me explorar MAIS por não ser nativa do país. 

Uma lição que levo pra vida é não viajar mais nessas datas porque tá tudo fechado, tudo muda de horário, informações na internet são distorcidas, não atualizam. É pura dor de cabeça. Se puder evitar é melhor. E, como eu havia comentado no post sobre El Salvador, esses países não são tão turísticos quanto outros, então, foi muitoooooo difícil fazer o roteiro. Acho que o roteiro mais difícil que já fiz por pura falta de informação on line. Escrevia para os locais e ninguém me respondia, foi um caos. No final das contas consegui me organizar, mas como vocês podem perceber muitas coisas que eu achei que estavam organizadas, me surpreendi quando cheguei.

Bom, no final das contas não tinha condições de viajar com esse valor. Decidi dormir na Cidade da Guatemala e no dia seguinte pegar um ônibus e pelo menos passar o primeiro dia do ano na Antigua Guatemala para conhecer e não perder a viagem. O mais legal foi que debitaram a hospedagem que tinha reservado na Antiga Guatemala da minha conta porque não cancelei com 24 horas de antecedência (rs), ou seja, ainda perdi mais 140 reais (hospedagem nessa data é cara, mesmo que seja um hostel).

Não tinha hotel reservado na Cidade da Guatemala, então reservei um hotel pelo booking do aeroporto mesmo que dava mais ou menos dez minutos de distância do aeroporto. O outro problema é que queriam me explorar e cobrar por um trajeto de 3k até o hotel, 150 reais. É possível isso? Aqueles pilantras que estavam com taxis parados no aeroporto queriam arrancar até o meu sangue porque sabiam que eu estava desesperada. Obviamente não paguei e saí andando pelo meio da rua com a minha mala vendo se passava um taxista um pouco mais honesto. As ruas estavam completamente vazias. 

Consegui um taxista que me levou por 11 reais (que diferença!!) e quando cheguei no hotel que tinha reservado o senhor disse que deu erro no sistema e que não tinha mais a vaga, que não tinha onde me colocar! (rs) Juro que comecei a chorar. Isso já eram quase dez horas da noite do dia 31!! O senhor ficou com pena e me levou a pé até um outro hotel e foi lá que eu fiquei. Era tipo um hostel, horroroso, fedia mofo (rs), assustador, mas estava muito cansada e era aquilo que tinha para o momento. Coloquei as minhas malas no hotel e a cidade estava vazia e tudo fechado. Não consegui nem sequer comprar uma água!!! rs... (parece uma novela)

O senhor dono do hotel me deu uma coca-cola. Eu tomei e fui dormir. Essa foi a minha noite do dia 31/12 (rs). 

Minha ida para a antiga Guatemala

A sorte é que eu tinha  trocado cem reais pela moeda da Guatemala, porque todas as casas de Câmbio estavam fechada no dia 1. Outra grande sorte é que com o meu cartão eu pude ir no caixa eletrônico de um banco qualquer e sacar dinheiro já convertido. Mas, paguei um imposto do cão. Mesmo assim consegui. 

Enfim, acordei no dia 1 e pensei "Agora vou pegar o ônibus público e finalmente ir para a Antiga Guatemala. Mas, para que vocês continuem rindo da minha cara, não tinha ônibus porque era dia 1. E, mais uma vez, no site das empresas não dizia absolutamente nada!!

Não sabia mais o que fazer, até conseguir uma única maneira de ir..táxi! Meu trajeto que custaria uns 10 reais, me custou 25 dólares! É a vida né pessoal, se eu não pagasse teria a minha viagem perdida. 

Até que o senhor que me levou era gente boa. Como eu não tinha jantado na noite anterior e nem tomado café da manhã, ele até parou em uma lojinha de conveniência pra mim! rs..
Ufa, pela primeira vez fui bem tratada. rs...


Esse senhor me deixou na pracinha principal da Antiga Guatemala e, agora conto um pouquinho pra vocês sobre esse lugar, que é realmente bem bonito e cheio de história. Essa sim foi uma parte bonita da viagem...rs.

Conhecendo a Antiga Guatemala


Antigua é considerada uma das cidades mais bonitas da América Central. E, como o nome sugere, é também uma das cidades mais antigas do continente , tendo sido fundada em 1543. Desde a década de 70, é Patrimônio Mundial da Unesco, dada a importância do seu centro histórico do período colonial. A beleza de Antigua está também nos vulcões que rodeiam a cidade. 

Em termos de transporte, a Guatemala é um dos países mais complicados para viajar na América Central (o país é relativamente grande, com destinos turísticos distantes uns dos outros), mesmo fora de datas comemorativas. Para chegar na Antiga Guatemala, quando tem ônibus (rs) o ideal é usar os chamados chicken bus, ônibus com pouco conforto e com longos trajetos. A opção mais indicada para turistas são as vans de empresas de turismo. Eu sou a favor de usar o transporte público em todos os locais que viajo, mas dessa vez tenho que recomendar as vans para chegar até esse destino.

Abaixo, um chicken bus! Acho bem bacana, bem típico.


Como perdi a tarde/noite do dia anterior, tinha pouco tempo pra conhecer a cidade. Não pude subir vulcões (e nem estava almejando isso) e nem fazer longos passeios, mas consegui conhecer bastante coisa.

Na minha opinião é muito bacana conhecer o Parque Central ou Plaza Mayor. Nos arredores da praça fica a Catedral, o Palácio de los Capitanes Generales e a Prefeitura. Dá pra fazer tudo a pé. Ao redor da Praça há bares, restaurantes, feirinha de artesanato, etc. Nas ruas transversais você encontra várias lojas de lembrancinhas, mas é tudo extremamente caro. Exploram os turistas sem dó. Não é aquela exploração "comum" que sempre fazem com estrangeiros, é uma coisa jamais vista (rs). Por isso, meu conselho é pechinchar. Eles não dão muito desconto, mas consegui abaixar os valores um pouquinho.






Tem muita coisa legal, pena que é tudo tãooo caro.
















Na lateral da Catedral, fica o Museu de Arte Colonial. Caminhando para o lado esquerdo, você irá passar pelo Tanque de la Union, um antigo tanque coletivo para lavar roupas, que também servia de ponto de encontro, bem atrás fica o Convento de Santa Clara.

Continuando nesta direção, você irá chegar na Igreja de São Francisco O Grande. A primeira igreja construída no local é de meados do século 16, mas ao longo dos séculos, o santuário foi danificado por vários terremotos. A última reconstrução foi de 1967. Assim como na Catedral, na igreja de São Francisco também é possível visitar as ruínas que restaram dos vários terremotos.


Esse foram os meus passeios na Antigua Guatemala. Ah, tem o Mirante Cerro de la Cruz também. Não fui, mas é um lugar de fácil acesso e que exige uma caminhada de apenas 20 minutos para chegar. Tem uma vista mais bacana de toda a cidade de Antigua. Outra dica é curtir a noite. Dizem que os bares e restaurantes ficam bem movimentados.

Da Antigua Guatemala parti para o Lago Atitlan. Foi aí que começaram mais perrengues. Quando pensei que estava em paz, tava nada! rs.

Bom, consegui um táxi (esse carrinho aí da foto abaixo) que me levou até o único terminal da cidade (super pequeno). Ele queria me cobrar 30 reais, paguei 15 porque pedi desconto. Depois, fui descobrir que de onde eu estava até o terminal eram 4 quarteirões. Ou seja, fui explorada novamente até mesmo pagando os 15! (rs)


Até que eu me diverti nessa parte. Cheguei no terminal e é super simples. O motorista estava almoçando sentado em buteco, vários bêbados tomando uma cachaça e me oferecendo (rs). Enfim, como estava vazio e poucos ônibus saindo por causa da data (pelo menos tinha ônibus!), tive que esperar encher um pouco. Demoramos mais ou menos meia hora pra sair e paguei cerca de 15 reais pela passagem. Foi nesse momento que andei em um chicken bus pela primeira vez. 

Abaixo a prova da cachaça e da cerveja que tive que provar (rs). 


O trajeto louco até chegar ao Lago de Atitlan e o lindo Lago Atitlan





Esse lago é uma das principais atrações da Guatemala e eu amei muito, de verdade. Pena que  passei por alguns perrengues no meio do caminho que fizeram com que perdesse quase todo o tempo que tinha pra ficar me divertindo no local. Passei muito, muito nervoso. Mas, primeiramente queria contar um pouco sobre o lago em si.

Esse lago possui várias curiosidades bem interessantes, que o faz diferente de outros lagos:
  1. O Lago Atitlan é o lago mais profundo da América Central;
  2.  A elevação do Lago Atitlan é única,  cerca de uma milha acima do nível do mar;
  3. A localização do Lago Atitlan impede que a água do lago flua para qualquer mar;
  4. O Lago Atitlan é considerado como um dos lagos mais bonitos do mundo;
  5. Na língua maia, Atitlan se traduz como "o lugar onde o arco-íris obtém suas cores";
  6. Até hoje, a área de Atitlan na Guatemala é rica em cultura maia;
A localização do Lago Atitlan é bastante única, porque é cercada por três vulcões adormecidos e penhascos íngremes. O Lago Atitlan é o resultado da atividade vulcânica que ocorreu há quase 85.000 anos.

Este lugar está localizado na região cafeeira da Guatemala e sua água suporta muitas fazendas de café na região. Outras culturas agrícolas guatemaltecas, como milho, cebola, tomate e pitahaya também são cultivadas nesta área graças à bacia de águas profundas do Lago Atitlan e abundante abastecimento de água.

Visitando o Lago Atitlan, na Guatemala, os turistas interagem em primeira mão com os maias locais que vivem em pequenas cidades da região. Os tradicionais vestidos maias e técnicas agrícolas, como a lavoura manual, ainda são evidentes nesta bela região da Guatemala.







Bom, voltando ao assunto. Depois que peguei aquele chicken bus, tive que pegar mais quatro ônibus para chegar ao lago. Um trajeto em linha reta que seria de 2h45, levei quase 7.

Primeiramente, o segundo ônibus que peguei estava tão lotado que no espaço onde cabiam 2 pessoas, sentavam três. Um ônibus pequeno que tinha umas cinquenta pessoas dentro. Um caindo em cima do outro. Disseram que a frota foi reduzida por conta do feriad e os motoristas aproveitaram para encher o ônibus de gente. A situação era desumana, juro por Deus. Se o trajeto fosse curto, ok, mas era de quase uma hora e meia. Tive que me submeter a isso porque não tinha outra alternativa. Como ia advinhar que seria assim? Enfim, enfrentei. Estava difícil de respirar! O que eu realmente fiquei puta da vida é que só tinha eu de estrangeira e conversando com as pessoas no caminho percebi duas coisas: a primeira é que o preço do bus era 10 e estavam cobrando 20 nesse dia até (para os locais eles colocam o preço que querem!!! absurdo!!) e a segunda é que me cobraram 40!! Só pra mim! Até os locais ficaram revoltados. Tinha uma senhora que queria brigar pra me defender, ficou furiosa.

Já estava tão triste que não queria arrumar briga, queria ter momentos de paz. No final, antes de descer questionei o cobrador e ele me disse: "é isso se quiser!"

Sabe, fiquei triste. Nem brava conseguia ficar. Explorar até no preço do ônibus nunca tinha acontecido comigo em nenhum país. RIdículo. Desanimador. Enfim, paguei. Depois enfrentei o terceiro bus e no quarto bus consegui fechar com chave de ouro. Um trajeto que seria de 20 minutos durou quase 4 horas e eu explico o porquê.

Conversei com dois amigos que trabalham comigo e são nativos da Guatemala antes de viajar e nenhum deles me disse que a Guatemala inteira vai para esse lago no dia 1 de janeiro. Juro, a Guatemala toda. No Brasil não temos essa tradição. No dia 1 tá todo mundo morto do dia anterior, em casa de ressaca, descansando ou viajando pra algum canto. Nunca imaginei que ia pegar um trânsito desse na minha vida. O ônibus era do tipo chicken bus, sem ar condicionado e cheio de gente (não tão cheio quanto o segundo, pelo menos sentavam dois por assento rs...). Nem o motorista aguentava mais dirigir. Estava um calor, mais um calor, que dava falta de ar porque não tinha vento. Tinha me programado passar a tarde inteira no lago e pude ficar somente duas horas!! Enfrentar tudo isso pra ficar duas horas é de matar!!! Isso porque o motorista me informou que tinha que pegar o segundo bus da volta até as 20 horas, portanto, tinha que ter atenção aos horários (se preparem que vem mais perrengue por aí...rs).

Bom, finalmente cheguei no lago, quase chorando de emoção! rs...

Consegui fazer um passeio de barco, mas não consegui visitar as ilhas. Tinha planos de visitar uma das ilhas, comer comida típica, mas meus planos foram todos por água abaixo. Pelo menos fiz o passeio!! Me cobraram 10 doláres por meia hora. Nem questionei, só fui e tive momentos lindos e de paz!! rs..



Um passeio de barco no Lago Atitlan é realmente sensacional dando uma oportunidade única para atravessar as extensas águas abertas, bem como ver outras áreas do lago que de outra forma não seriam acessíveis.





Nesse passeio é possível desfrutar da vista dos vulcões San Pedro, Atitlán e Tolimán.

Realmente é um local lindo pra passar o dia, comer em um dos restaurantes às margens do lago (foi o que fiz). Pena que logo tive que partir para fazer o caminho de volta. A meta era chegar na Cidade da Guatemala, onde tinha uma passagem de bus comprada para ir à El Salvador.
 

Preciso comentar o perrengue que passei pra poder chegar na Cidade da Guatemala, foi o perrengue mais cruel de todos esses que comentei até o momento(rs).

Saí do lago e fui para o ponto do ônibus, mas demorei 1h30 pra conseguir pegar o ônibus porque todos que passavam estavam lotados. Tinha uma senhora que organizava uma fila e e quando eu estava na trigésima posição (ia conseguir pegar o próximo bus que estava totalmente vazio), quando o bus parou ninguém respeitou a fila porque estava todo mundo revoltado com a demora e saíram correndo. Nessa hora, começaram a empurrar, pisotear, parecia uma guerra. Eu consegui entrar no ônibus suando, toda cheia de arranhões, ofegante, machucada e quase quebraram a minha mala. Foi horrível!!! Zero respeito, zero educação, as pessoas passando na sua frente, te jogando (quase caí). Nunca tinha passado por uma situação dessa. Pensei que seria pisoteada, foi assustador e não estou exagerando. O problema é que tive que enfrentar esse tumulto porque já tinha esperado uns 5 ônibus e eu estava na fila, certinho!! Não podia demorar mais senão eu perdia o último bus das 20 horas.

OK, entrei nesse bus toda suada, toda roxa, mas entrei. Cheguei no ponto para pegar o ônibus para a Cidade da Guatemala e me informam que pelo feriado o último bus era o das 18 e não passariam mais ônibus nesse dia!! Me informaram super errado. Simplesmente não existe informação!! Não sabia mais o que fazer. Tinha que ir pra Cidade da Guatemala de qualquer jeito porque tinha uma viagem para El Salvador. Não tinha bus, não tinha nada! Era mais ou menos uma hora e meia de viagem.

Até que eu encontrei uma van, mas o motorista não estava mais trabalhando.  Deixou os passageiros e ia finalizar os trabalhos, quando perguntei pra ele se podia me levar, chorei, implorei, pedi pelo amor de Deus. Ficamos uma meia hora negociando. Ele queria me cobrar no mínimo 70 dólares pra me levar. Um outro explorador, sem vergonha. Eu não tinha opção, consegui negociar e paguei 60 doláres. Só de estar escrevendo isso nesse momento já me sinto triste. Nem gosto de pensar que paguei isso sendo que não pagaria nem 20 reais pra ir de transporte público. A falta de informação e descaso com a população na Guatemala é muito, mas muito grande. Imagino que eles sofram muito.

Eu paguei né, se não pagasse eu ia dormir onde? Era um fim de mundo do caramba, nem hotel deve ter. E perder toda minha viagem. Nunca. Paguei e me lasquei. E, ainda tive que aguentar aquele velho explorador dando em cima de mim do começo ao fim da viagem. Estava insuportável. Tive que levar na esportiva porque se mandasse ele para o inferno ele podia me largar no meio da estrada. Imagina que as coisas podiam piorar bastante...rs. A sorte é que eu sou macaca velha no quesito viagem, mas não consegui de jeito algum pagar menos que isso para ele me levar.

Deu tudo certo, aguentei o tranco, cheguei na Cidade da Guatemala e consegui pegar meu ônibus na madrugada. FIM. Quero esquecer disso que já tô nervosa (rs) e seguir contando para vocês como foram os passeios na Cidade da Guatemala. 

Cidade da Guatemala

Conheci a cidade quando voltei de El Salvador e já estava mais calma...rs

Começo falando da comida. Não provei quase nada da culinária típica da Guatemala, então não tenho muito a dizer. Comi comida mexicana no primeiro dia e no outro cozinhei no hotel (rs).











Fiquei impressionada com os preços das coisas no mercado. Caras demais! Absurdo! Chegam a ser mais caras que São Paulo!!! Cheguei a pensar que estava fazendo a conversão errada, mas não estava, tudo é bem caro mesmo.

















Sobre os passeios pela cidade


Tudo que conheci foi a pé. O dono do hotel que eu estava disse que era pertinho dos pontos turísticos, 15 minutinhos caminhando. Mas, era mais de uma hora, ele me enganou (rs). 

Compartilho com vocês agora o que eu fiz por lá:

1- Parque Centenário: é cercado pelo Palácio Nacional de la Cultura e pela Catedral Metropolitana. A praça é enorme e estava bem movimentada quando visitei. Apesar de ser dia de semana, muitos locais pareciam sentar ali para ver o movimento, descansar e conversar sobre a vida. Tinha bastante criança e eu acho muito engraçada essa cultura deles (vi muito no Peru e vejo na Colômbia também) de ficarem alimentando os pombos em praças. Alimentm, brincam, como se natural. No Brasil, até onde eu sei, temos a cultura de nos mantermos distantes delas porque dizem que as fezes das pombas podem causar muitas doenças. Talvez as pombas deles sejam diferentes, mas pra mim são iguaizinhas!! (rs).










2- Mercado Central: fica localizado na Zona 1, proximo a grande praça e no subsolo de um estacionamento. Possui várias lojas com belissímos artesanatos, e vários restaurantes com diversos pratos típicos. Um dos melhores locais para encontrar todo o rico artesanato da Guatemala.













Esses foram basicamente os passeios que fiz pela cidade. Estava muito cansada, me recuperando da viagem de El Salvador, então quis descansar um pouco também.

Fico por aqui. Espero que, apesar de todas as loucuras dessa viagem, vocês tenham podido tirar algo bom. Eu costumo escrever com o coração e sendo sempre mais sincera possível nos meus posts. Nem todas as viagens são perfeitas! Muitas terão perrengues, imprevistos. Temos que saber nos virar, resolver e tirar algo de bom! Afinal, sempre há algo bom em tudo, nem que for uma lição, um aprendizado.

Quando viajo, costumo apreciar muito, mas muito mesmo, como as pessoas locais nos tratam. E, apesar de todos os perrengues logísticos, acho que o que mais me deixou chateada foi que eu, particularmente, não achei o povo da Guatemala muito receptivo com estrangeiros. Foi uma impressão minha convivendo com pessoas de todos os tipos durante esses dias. Pode ser que tive muito azar, não sei, mas sou experiente em viagens e tenho um pouquinho de noção do que estou falando. Quando não sou muito bem tratada, costumo não ter muita vontade de voltar. Mas, vamos ver como será no futuro! rs...

Gostaram do post? Comentem e deixem sugestões para os próximos!! Beijo!

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