Oi gente, tudo bem? Hoje vou compartilhar com vocês como foi passar um fim de semana em Zagreb, capital da Croácia. Eu morava na Áustria, pertinho de Zagreb (228 km). Não pude perder a oportunidade. Sempre tive vontade e curiosidade de conhecer esse país.
Por conta do meu trabalho, só tinha um final de semana pra conhecer a cidade. Era final de maio (2023) e ainda estava friozinho (prefiro assim, nem muito frio e nem muito calor). Optei por não conhecer as praias, foquei apenas a capital. E, foi legal também. Não sou muito praiana, mas quem sabe em uma próxima oportunidade porque pelo que ouvi falar as praias da Croácia são lindas.
Fiz o trajeto da Áustria até a Croácia por terra, pela FlixBus, que na minha visão é a melhor/mais econômica empresa de transporte de ônibus para usarmos para transitarmos dentro da Europa. Inclusive é bem mais barato do que andar de trem, dessa vez vi que era a metade do preço.
Antes de começar a contar sobre como foi a minha experiência em Zagreb, compartilho (como sempre faço) um pouquinho sobre a história e algumas curiosidades sobre a Croácia.
UM POUQUINHO SOBRE A CROÁCIA
A Croácia é um país europeu situado nos Balcãs que faz fronteira com a Eslovênia, Hungria, Sérvia, Bósnia e Hezergovina e Montenegro. É banhado pelo mar Adriático e possui fronteira marítima com a Itália.
Após a invasão do Eixo na Iugoslávia em 1941, a maior parte do território croata foi incorporado a um estado-cliente apoiado pelos nazistas, o Estado Independente da Croácia. Em resposta, um movimento de resistência se desenvolveu. Isso levou à criação do Estado Federal da Croácia, que após a guerra se tornou membro fundador e constituinte da República Socialista Federativa da Iugoslávia. Em 25 de junho de 1991, a Croácia declarou independência, que entrou em vigor integral em 8 de outubro do mesmo ano. A Guerra da Independência Croata foi travada com sucesso por quatro anos após a declaração.
O país é membro das ONU, OTAN e União Europeia (desde 2003). A Croácia aderiu ao euro em janeiro de 2023. Eu, muito mal informada, fui em maio e não sabia dessa mudança. Fui atrás de trocar dinheiro e a mocinha que me atendeu começou a rir (rs).
Quanto ao visto, quem tem passaporte da UE como eu, obviamente não precisa. Brasileiros não precisa também (para uma estadia de até 90 dias).
Em Zagreb, o verão é razoável e o inverno é muito frio e neva. Durante o ano inteiro, o tempo é de céu parcialmente encoberto. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de -3 °C a 28 °C e raramente é inferior a -9 °C ou superior a 33 °C. Como era começo de maio peguei um friozinho até que bem gostosinho.
- A cidade Hum entrou para o livro dos recordes como a menor cidade do mundo. Possui apenas 20 moradores. Você consegue se imaginar morando em uma cidade tão pequena?
- Os cachorrinhos do filme 101 Dálmatas, essa raça tão fofa, tem origem na Croácia, mais especificamente na Costa Dalmácia.
- A gravata foi inventada na Croácia, no século XVII. A palavra “gravata” é derivada do croata kravat.
- O pão de gengibre, que data da Idade Média, é uma tradição na Croácia, principalmente no dia dos Namorados. Ele é tão famoso que, em 2010, foi incluído pela Unesco na lista de patrimônios imateriais da Europa.
Marcada pela arquitetura estilo Biedermeier, Art-Nouveau e pós-modernista, se destaca no centro da praça a estátua equestre do herói croata. Tive que cumprir o ritual na fonte de Manduševec que é pedir um desejo e atirar uma moeda para a fonte, cuja lenda está na origem do nome da cid
Não deixem de visitar a Catedral de Zagreb, maior templo católico romano de toda a Croácia, com mais de oito séculos de existência. Ela foi reconstruída em estilo neo-gótico recuperando o aspeto glorioso e imponente, depois de inúmeros incêndios e terremotos que a afetaram desde a sua origem nos inícios do século XII. A coluna em frente à catedral é o Monumento à Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Pertinho da praça, é possível ver uma escada. É só subir que encontrarão o mercado agrícola de Dolac. É como se fosse uma feira do Brasil (mas sem pastel! rs) Eles vendem flores, queijos, aves, ovos, frutas e vegetais frescos são exibidos em dezenas de banquinhas. Achei uns souvenirs bem baratinhos nesse mercado. É possível encontrar em outros lugares no centro da cidade, mas o preço melhor foi lá mesmo.
A Tkalčićeva ulica é a rua mais famosa da cidade. Ali é possível encontrar muitas lojas, bares, restaurantes e esplanadas. É bem gostoso para passear a noite, sentar, tomar algo e relaxar.
Como um dia é suficiente pra visitar praticamente todos os monumentos históricos mais emblemáticos da Cidade Baixa, recomendo que peguem o histórico funicular de Zagreb e conheçam os encantos da Cidade Alta, onde impera a arquitetura Austro-Húngara e da ex-Jugoslávia.
Inclui no meu roteiro a Praça de São Marcos porque queria muito conhecer a Igreja de São Marcos. Ela foi construída em estilo gótico, com um simbólico telhado colorido feito em cerâmica vidrada. O telhado está adornado com os brasões de armas da cidade de Zagreb e do reino da Croácia. Infelizmente a igreja estava em reforma e as fotos não saíram legais.
Ao redor da praça encontramos alguns edifícios como o Parlamento da Croácia, e o Tribunal Constitucional Croata.
Mais uma dica é que na direção oeste da praça Ban Jelačić está a rua comercial mais popular e mais longa da moderna Zagreb: a Ilica. Nessa rua é possível encontrar lojas de marcas internacionais e locais mais famosas, pequenos cafés cheios de charme.
Uma curiosidade: quando cheguei na Croácia fiquei bem confusa ao ver os trens passando pelo meio das ruas. Tinha medo de ser atropelada quando ia atravessar atravessar, não sabia pra que lado olhar, se ia dar tempo de atravessar antes do trem chegar (rs). Os pontos de para dos trens meio confusos, carro passando junto com trem na mesma via. Tudo bem diferente do que estamos acostumados. Uma aventura interessante. Esses trens são bem silenciosos, realmente é necessário ter atenção.
Já ia esquecer de comentar sobre a Funicular/Uspinjača . É basicamente um elevador inclinado que liga a cidade baixa à cidade alta de Zagreb. É considerado o meio de transporte mais curto do mundo (são apenas 66 metros) e um dos mais antigos sistemas de transporte público da cidade. Não consegui desfrutar dessa experiência porque no dia que eu estava lá a funicular não estava funcionando. Subi pelas escadas (e que caminhada!).
Quem resolver subir verá a Torre Lotrščak – Kula Lotrščak. Basicamente é uma torre que dispara um canhão ao meio dia. Ela dispara o canhão desde 1877 para marcar esse horário. Cheguei duas horas antes do disparo e resolvi não esperar, na minha opinião não valeria a pena (rs).
Antes de compartilhar algumas dicas sobre dois museus bem legais que visitei em Zagreb, queria ressaltar algo em relação a culinária local. Infelizmente não poderei opinar muito porque eu não comi nada típico. Me julguem! Na verdade, no meu hotel tinha cozinha, e eu comprava as coisinhas e cozinhava lá mesmo. No dia que resolvi comer fora, fui experimentar um restaurante russo (rs). Tinha essa curiosidade (já que não vou pra Rússia tão cedo e no Brasil a culinária russa não é comum).
SOBRE OS MUSEUS
Não sou uma pessoa fanática por museus, só visito se realmente tiver interesse. Tem gente que acha quando está visitando um local fora do Brasil precisa conhecer TODOS os museus, TODOS os pontos turísticos. Eu acho isso "bem louco", temos que visitar o que temos realmente vontade e interesse! (rs).
Em Zagreb visitei dois museus porque achei muito "diferentes", estava curiosa: foi o Museum of Broken Relationships e o Museum of Hangover. Gostei bastante dos dois, principalmente porque eram dinâmicos e criativos.
1- Museu of Broken Relationships/ Museu dos Relacionamentos Rompidos
Esse foi um dos museus mais legais que conheci ao redor do mundo. Difícil encontrar um museu que "me prenda por tanto tempo". É um lugar interessante e divertido ao mesmo tempo.
A história da criação desse local é bem interessante. Em virtude do término de um relacionamento de aproximadamente quatro anos, foi um casal de artistas da croata que iniciou tudo isso, com um coelho de pelúcia que adquiriam em uma viagem para o deserto de Teerã.
O museu abriu as portas em 2006, e a coleção atual reúne mais de quatro mil peças e, aproximadamente, 70 itens são exibidos de cada vez.
Todos são objetos doados por pessoas (do mundo todo) que terminaram relações e não sabem o que fazer com presentes ou peças que remetam ao relacionamento.
Mais o que dividir as dores, o acervo é um convite para a reflexão sobre o rompimento e a complexidade das relações humanas. Refleti muito quando estive lá dentro e lembrei de muitas coisas de antigos relacionamentos (rs).
A variedade dos itens expostos só é superada pela diversidade das histórias a eles ligadas. Os protagonistas não são identificados, apenas o local e a duração do relacionamento. Recebi um livrinho na entrada (tinha em português), com a foto de cada objeto e as explicações sobre o porquê ele está ali.
Eu vi de tudo nesse museu: vibradores, cabelo, comida, roupas, próteses, uma porta, bicicleta, casca de machucado, machado, pacotes de remédios para gastrite, algemas e muito mais!
Algumas histórias me fizeram rir muito, mas há outras muito emocionantes e tristes também. Sério, vale a pena a visita, super recomendo. Não me lembro muito bem, mas acredito que paguei 7 euros para entrar.
2- Museum of Hangover/ Museu da Ressaca
É bem bacana, mais simples que o citado anteriormente, mas não deixa de ser interessante. Ele é considerado o primeiro Museu da Ressaca do mundo.
Ao entrar nesta pequena casa na região central de Zagreb, o visitante se depara com salas onde o intuito é informar e divertir o público com histórias relacionadas ao consumo excessivo de álcool e a quase inevitável ressaca moral e física do dia seguinte. Os espaços mostram diversos relatos reais de gente que viveu situações hilárias, vergonhosas e até criminosas depois de encher a cara, exibindo objetos que fizeram parte dos acontecimentos descritos.
No local, por exemplo, há um relato escrito sobre um grupo de estudantes que, durante uma viagem escolar à Grécia, colocou fogo em uma balsa depois de ter bebido muito. Não contente, a turma ainda roubou um dos coletes salva-vidas da embarcação, que está em exposição dentro do museu.
Além disso, o museu conta com instalações interativas. Há óculos simuladores de embriaguez: o visitante os coloca sobre os olhos e, com a visão embaralhada, tenta acerta dardos em um alvo ou caminhar em linha reta. E, com estes mesmos óculos, é possível sentar em um computador equipado com um volante de videogame e, em um jogo, dirigir um carro com a visão de uma pessoa bêbada (o objetivo é mostrar o perigo de dirigir embriagado).
O museu também conta com um espaço com privada e pia onde os visitantes podem deixar mensagens escritas para o que o museu chama de "Deus banheiro" - o local onde as pessoas passam boa parte dos sofrimentos físicos causados pela ressaca.
A exposição ainda exibe um objeto chamado "TV da Ressaca", com uma tela que mostra imagens totalmente deformadas, como se fossem a visão de alguém tentando ver televisão no auge do mal-estar depois da embriaguez.
Quem quiser ter uma experiência "mais realista", pode pagar logo na entrada por um shot de Rakija (é um tipo de brandy artesanal típico da Croácia. O teor alcoólico pode variar entre 40% e 60%) e fazer a visita bem alegrinho (rs). Paguei cinco euros pela entrada no museu.
Gostaram do post? Espero que sim! Grande beijo e até a próxima.
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