Boneca de Ferro saltando de Paraquedas

by - segunda-feira, dezembro 18, 2017

Olá, gente! Mais uma aventurinha para compartilhar com vocês. Dessa vez, um saltinho básico de paraquedas. Uma das aventuras que mais senti medo, mas que mais gostei de fazer também! :)




Essa aventura (porque um salto de paraquedas é realmente uma aventura) foi em setembro de 2014. Sempre tive vontade de saltar, mas além do medo faltava companhia. Ninguém queria ir comigo, ninguém tinha coragem e quem era corajoso já tinha ido. Não que eu deixe de fazer as coisas porque não faço sozinha, mas queria um apoio, um momento desse não é fácil passar sem ninguém do lado(rs)! Quanto drama!

Fora isso, a Escola de Paraquedismo fica em Boituva, 123 km de São Paulo e o salto não é barato. Mas, tomei coragem e fui. Fiquei sabendo que um amigo fazia curso de paraquedismo e ele me convidou pra ir junto.

Fui em um sábado, um dia lindo. A aventura já começou em São Paulo. Fomos até Boituva com o jatinho particular dele. Primeira vez que o via pilotando e sinto um medinho de voar nesses jatos pequenos. Parece que estou passeando em um brinquedinho que vai cair a qualquer momento. Bem mais rápido e prático, além de chique (rs), óbvio. Chegamos em vinte e cinco minutos. Se fôssemos de carro levaríamos pelo menos uma hora e meia.


A caminho de Boituva




Cheguei no local já com a adrenalina a mil (rs)! Há várias escolas de paraquedismo e vocês podem pesquisar e escolher. A que eu saltei foi a Outlaw Paraquedismo. Era a escola que meu amigo saltava há meses e se ele estava inteiro até hoje significa que é boa, né? Confiei e me literalmente me joguei (rs). 



Não sei qual o valor do salto agora, mas na época paguei 450 reais e incluiam fotos e vídeo. Carinho, mas valeu a pena. A empresa me pareceu muito séria, o instrutor super experiente, equipamentos bons e atendimento bacana. Esse preço foi para o salto duplo, eu e o instrutor. Óbvio, né, não ia saltar sozinha (rs).




Depois de receber as instruções (eles falam tudo a respeito do salto, é feita uma simulação da posição correta do corpo durante o salto), embarquei no pequeno avião na companhia dos instrutores e os outros loucos que iam saltar, além de mim. 


Aquele momento em que o riso é de medo e não de alegria rs




O medo foi tomando conta de mim. Boca seca e tremedeira. Perguntava de dois em dois minutos para o meu instrutor se o paraquedas ia abrir mesmo (rs). E ele respondia que não, que sairíam panelas de dentro da mochila dele. Ele era louco, saltava com um lenço de caveira na cara, só fazia piadas. Como pode alguém levar isso de uma forma natural e ainda trabalhar saltando todos os dias? Não dá pra entender (rs).





Foi difícil conter o medo, mas tentava rir e entrar no clima. Difícil mesmo foi andar do meio do avião até a porta, agachada pra não bater a cabeça no teto e com o instrutor atrás de mim, preso à minha roupa – não é a posição mais confortável do mundo. Éramos uma pessoa só. Estava praticamente no colo dele. Meio estranho (rs).






Eu era a última da fila pra saltar. Não sei se isso foi bom ou ruim. Mas, quando cheguei na porta do avião não deu tempo de pensar em medo. Foquei no movimento correto e quando tentei lembrar das instruções, já estava sentindo aquela ausência de atração gravitacional. 





São cerca de 40 segundos de queda livre. Sim, parece bem mais. É difícil explicar a sensação. Em alguns momentos pensei que ia morrer, em outros sentia uma coisa boa dentro de mim, uma sensação de liberdade. O instrutor pedia pra eu soltar os braços e relaxar, mas estava sempre segurando na mochila (como se isso fosse me ajudar a ter uma queda mais leve..rs). A descarga de adrenalina é tão grande que toma conta da gente. Em alguns momentos consegui desfrutar. O chão, a 4km de distância, está tão longe que nem dá pra perceber que estamos nos aproximando dele a uma velocidade de mais de 200Km/h.

Não saber o que é chão e o que é céu. Perder totalmente a referência de direção e não ter a menor noção se você está caindo, de fato, para baixo ou, se é que isso é possível, “caindo para cima”. É como se a lei da gravidade não existisse e seu corpo e você fosse capaz de flutuar. É mais ou menos o que senti. Valeu a pena. Encare esse desafio que você não se arrependerá. 

Cheguei no chão, tudo tranquilo. No final do dia o instrutor confessou que o meu salto foi o mais difícil do dia por conta do vento. Ainda bem que ele me contou depois, senão teria surtado lá em cima. 


Aquele momento que você agradece o instrutor por não ter acabado com a sua vida (rs)!


Esperei meu amigo fazer uns três saltos e viemos embora de jatinho. Achei que as emoções daquele dia tinham acabado, mas as minhas aventuras sempre vão além. Quando chegamos em São Paulo havia uma fila de aviões para pousar no Campo de Marte e ficamos dando voltas. Já estava ficando meio tensa porque meu amigo não era um piloto com anos de experiência. Vinte e quatro anos de idade, não sabia se ele estava fazendo tudo certinho (rs). Quando fiquei sabendo que teríamos que arremeter já lembrei daqueles acidentes de avião que a gente vê na TV. Ele me disse “é a primeira vez que vou fazer esse tipo de procedimento”. Pensei “já era, não morri saltando de paraquedas porque a hora de morrer é agora”. Até ele estava tenso, deu pra perceber. Mas, ele conseguiu. Graças a Deus. E conseguimos chegar vivos em casa. Que dia! Quanta adrenalina! Mais uma missão cumprida! A-m-e-i!

Gostaram do post? Dúvidas? Deixem comentários! Beijinhos :)

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