Oii, gente! Hoje vou compartilhar um pouquinho de uma das viagens que nunca pensei em fazer... N-i-c-a-r-á-g-u-a!! Pois é, fui parar em uma das cidades mais lindas desse país tão pouco turístico pra nós brasileiros. Foi incrível! Espero que gostem :)

Como contei no post anterior sobre a viagem à Belize (clique aqui para ver como foi), fiz uma roteiro sensacional o qual passei por quatro países: México, Belize, Costa Rica e Nicarágua. Foram mais de dois meses para organizar esse roteiro. Tinha poucos dias de férias e teve que ser tudo bem certinho e contadinho para não dar nenhuma zebra (rs). E, ainda bem que saiu tudo como eu esperava (claro, com alguns perrengues no meio do caminho senão a viagem não tem graça!) rs.

Como muitos sabem, estou morando na Colômbia e aproveitando para conhecer mais da América Central porque é mais perto e sai bem mais barato do que viajar saindo do Brasil. Na Nicarágua passei 3 dias e duas noites e a cidade escolhida foi San Juan del Sur. Não quis ir para a capital! Essa decisão foi tomada depois de ler, estudar muito sobre e chegar a conclusão que a queridinha desse roteiro seria uma cidade de fronteira, onde eu conseguiria encontrar a paz que precisava.

Antes de começar a contar como foi essa aventura, gostaria de compartilhar com vocês um pouquinho mais sobre esse país que, pelo menos eu, nunca ouvia falar quando estava no Brasil e tem SIM muita coisa interessante pra fazer. Aliás, brasileiro tem essa mania de visitar apenas países que estão "na modinha" e eu não gosto muito disso. 

Encontrei na Nicarágua pessoas de todas as partes do mundo, principalmente israelenses e americanos, o que prova como está mais do que na hora de abrirmos a nossa mente!!

Um pouquinho sobre a Nicarágua

A Nicarágua ou República da Nicarágua é um país localizado na América Central e está situado no hemisfério norte. Essa nação possui o maior território do subcontinente; limita-se ao sul com a Costa Rica; a leste, com o Mar das Caraíbas; a oeste, com o oceano Pacífico; e ao norte, com Honduras. O território do país ocupa uma área de 130 000 km², na qual vivem cerce de 5,7 milhões de habitantes. "Na costa leste do país existem montanhas vulcânicas ativas, já ao sul, dois grandes lagos, o Manágua e o Nicarágua. O território é influenciado pelo clima tropical, que apresenta maior índice de pluviosidade em maio e outubro.

A atividade produtiva do país está extremamente voltada para o setor primário, sendo a agricultura a principal fonte de receita. O solo é bastante fértil, fator ocasionado pela interferência vulcânica, que deposita sedimentos que fertilizam a superfície. Aproximadamente metade do território encontra-se tomado por florestas. Também há importantes jazidas de ouro, prata, sal e cobre. 

A população é constituída etnicamente por uma maioria mestiça, cerca de 69%, sendo esses oriundos da mistura entre ameríndios com brancos. Há também 17% de brancos, 9% de negros e 5% de ameríndios. Sua população é adepta basicamente de duas religiões: catolicismo (74,1%) e protestantismo (16,9%), outras ou nenhuma religião (9%).

A Nicarágua é um país tropical, com o clima bastante parecido com o que encontramos em algumas partes do Brasil: temperaturas altas no verão e ligeiramente mais amenas no inverno. Na região do Pacífico, as temperaturas ficam entre 26ºC e 29ºC no decorrer do ano, com um período notadamente chuvoso entre os meses de maio e novembro. A região do Mar do Caribe é mais chuvosa, com grandes volumes pluviométricos registrados entre junho e fevereiro: pode chover até 3.800 mm por ano neste ponto do país. Se você prefere montanha às praias, é melhor se dirigir à parte norte do país, onde o clima é bem mais ameno e as temperaturas médias ficam entre 16ºC e 19ºC no decorrer do ano. 

Para aproveitar intensamente o seu turismo na Nicarágua é  mais vantajoso viajar na estação seca, sobretudo entre os meses de dezembro e abril, para curtir plenamente as praias do país.

Moeda, documentação e idioma

Onde fica San Juar del Sur e como cheguei até lá

Como comentei anteriormente, estava buscando um lugar que poderia ter um pouco de paz. Estava em São José, capital da Costa Rica, e foi lá mesmo que peguei o ônibus rumo à San Juan. Paguei 29 dólares cada passagem. Nessa passagem já estava incluído os 8 dólares que temos que pagar para sair da Costa Rica por terra. O ônibus vai até Managuá (capital), mas eu desci em Rivas (9 horas de viagem) e peguei um táxi coletivo (5 dólares por pessoa) até o centro de San Juan (18 km e não tem outra opção).

Quando viajamos em ônibus de grandes empresas, passar na imigração é quase sempre algo tranquilo. O ônibus para, descemos, carimbamos o passaporte e entramos no ônibus novamente. Na Costa Rica foi assim. Na Nicarágua foi uma frescura do cão. Os policiais eram chatos, entravam dentro do ônibus várias vezes, uma série de regras. Fora que para entrar no país por terra temos que pagar 14 dólares, achei péssimo. Em algumas imigrações é tranquilo, mas tanto na da Costa Rica quanto na da Nicarágua tivemos que tirar toda bagagem do ônibus pra poder passar no controle migratório (um saco também).

Enfim, quase não consegui entrar na Nicarágua. Eles me fizeram algumas perguntas que qualquer imigração faz (quantos dias ficaria, motivos da viagem, onde trabalho, onde ficaria hospedada). Respondi tudo certinho, sem novidades. Trabalho para a ONU e sempre que digo isso ajuda, ajuda mesmo! Dessa vez não ajudou. Para quem não sabe, a Nicarágua é um país governado por um louco ditador e por isso a ONU não é bem vinda. Não me liguei nisso, e por essa razão eles implicaram comigo e me deram um chá de cadeira. 

Fiquei com pena dos outros passageiros que ficaram me esperando para continuar a viagem deles por mais de uma hora (rs). Se bem que já passei por isso também. Eles me enrolaram, mas acabaram liberando a minha passagem pela fronteira e conseguimos seguir viagem. Me estressei, pensei que teria que voltar pra a Costa Rica, mas foi só pressão mesmo.

Hospedagem 

O hostel que fiquei foi o Selina Maderas San Juan del Sur, que é referência em hostel. Já fiquei em vários deles, é uma rede que tem em vários cantos do mundo. O preço geralmente é super acessível. 

Fiquei impressionada com a beleza. Fica literamente no meio da natureza, tem uma piscina incrível, tem cinema também e é perto das praias mais lindas. O restaurante tem opções incríveis. Eles também oferecem uma  grande variedade de tours. Há hospedagem individual, coletiva e para famílias. Ah, o wifi é ótimo, a recepcionista uma fofa e os dois dias que fiquei ali foi um sucesso: sol e calor! Quando merece elogio eu elogio mesmo!

A ÚNICA coisa que não curti muito é que esse hostel fica mais ou menos 10 km do centro. Eles oferecem transporte por 3 dólares, que sai do centro. Mas, o primeiro horário é às 11 da manhã e isso prejudicou um pouco o meu roteiro. Fiquei presa ali até às 11 sem poder sair porque é literamente no meio do mato, não há transporte!

Antes de compartilhar quais foram os meus passeios em San Juan del Jur, gostaria de contar um pouquinho sobre a culinária (a foto aqui em cima foi do meu prato de pedreiro depois de passar dias e dias comendo besteiras.. rs). 

Sempre repito nos meus posts que, como sou chatinha para comer, não sou a melhor pessoa para recomendar o que comer e onde comer (rs), mas não poderia deixar de falar sobre o Gallo Pinto, que também comi na Costa Rica. Aliás, pensei que fosse um prato típico deles, mas depois li que é nicaraguense.

Gallo Pinto é um prato nacional que os nicaraguenses podem comer no café da manhã, almoço e jantar. O nome se traduz como galo pintado. É tipicamente feito de feijão vermelho, arroz branco e cebola picada que são fritos juntos em uma frigideira grande com um pouco da água que o feijões foram cozidos para dar à mistura uma coloração avermelhada. Na costa atlântica e nas ilhas caribenhas da Nicarágua, o feijão, o arroz e as cebolas são fritos em óleo de coco ou com um pouco de leite de coco para torná-los mais cremosos. Os nicaragüenses brincam que o país funciona com gallo pinto de energia.

É muito bom, eu amo arroz com feijão e realmente é possível encontrar esse prato em todo lugar e em qualquer hora. Quando cheguei não sabia o nome, e tinha um senhor na fila do restaurante que estava na minha frente e disse para a senhora que estava montando os pratos que queria Pinto de novo. Que havia comido pinto a semana toda e ia comer naquele dia também (rs)! Na hora tomei um susto e foi aí que descobri como chamava esse famoso prato. Descobri também que muitas vezes eles não chamam de Gallo Pinto e sim só de PINTO (rs).

O meu roteiro em San Juan del Sur

Só para ter uma noção, San Juan del Sur fica a 140 km da capital da Nicarágua, a cidade de Manágua. Mas, queria um lugar sossegado no meio do mato e com bastante natureza. Essa cidade consegue ter tudo isso e ainda possue praias. Se você não gosta muito de simplicidade talvez recomendo que não visite essa cidadezinha. Tudo é muito simples, mas aconchegante. As paisagens das praias nos arredores de San Juan são simplesmente fenomenais. 

Eu fiquei distante do centro, bem no meio do mato e perto de algumas praias. No centro da cidade tem uma praia também, mas não gostei muito, achei suja e sem muitos atrativos. É bacana caminhar no centrinho, tem uns bares e restaurante legais, umas lojinhas bem zuadinhas, mas que dá pra achar alguma lembrancinha pra levar pra casa. No hotel onde fiquei também tinham algumas coisinhas que dava pra comprar pra levar, apesar de ser tudo muito caro.

A atividade mais praticada na região é sem dúvidas o surf. San Juan del Sur respira surf por todas as ruas. É comum ver muita gente carregando pranchas e rumando pra praia. Se quiser fazer aulas de surf eles oferecem também. Custa cerca de 30 dólares por aula e parece que tem que alugar a prancha também.

Já comentei que a Nicarágua vive uma ditadura pesada, o país está em crise e o ditador é um louco. Nas ruas é possível ver bandeiras e postes pintados de vermelho e preto, cores do partido dele. Inclusive, sempre tem uns loucos que gostam ou se beneficiam desse tipo de regime. Vi várias casas com bandeiras do partido do louco penduradas nas janelas, etc. Vai entender, né?! Como sou muito curiosa, perguntei para algumas pessoas o que achavam do presidente e todos me disseram que odeiam e que a situação do país está catastrófica.

Voltando ao assunto, nos dias que fiquei em San Juan dei voltas pelo centro, bares e restaurantes perto da praia, comprei lembrancinhas e curti o meu hotel (piscina, bar, descansar em meio a natureza, etc). Era meu último destino, era o meu quarto país e estava cansada demais, precisava desse descanso.

Resolvi fazer algo que não fazia há muito tempo, um passeio à cavalo de duas horas e meia. Fechei no meu hotel mesmo, paguei cerca de 180 reais, mas valeu muito a pena. Fomos eu e o guia que era nativo, morri de rir com ele e nos divertimos muito. Ele me levou para conhecer duas praias perto do hotel, que na minha opinião são as mais lindas. Vimos o pôr do sol e foi uma experiência incrível. Fechei o meu roteiro com chave de ouro, literalmente.

Esse foi o meu lindo passeio à cavalo!