Guiana Francesa é União Europeia!
Olá, gente! Hoje vou compartilhar com vocês como foi a minha rápida passagem pela Guiana Francesa. Essa viagem surgiu a partir da ideia de "zerar" todos os países da América do Sul. Mas não foi somente por isso, eu tinha muita curiosidade de conhecer as Guianas e o Suriname, não sabia quase nada sobre esses países.
Nessa viagem consegui conhecer esses três países. Ah, e tem mais, como fiz tudo por terra parti do Amapá. Não conhecia o Amapá, era o único estado do Brasil que me faltava conhecer.
Viajei de São Paulo para o Amapá de avião e dali fui fazendo tudo por terra. Passei pela Guiana Francesa, Suriname e Guiana Inglesa até chegar na capital de Roraima, Boa Vista. De lá peguei um avião de volta pra São Paulo. Foi uma das experiências mais loucas e bacanas da minha vida e irei compartilhar tudo com vocês. Para poder detalhar bastante sobre cada país, vou escrever os posts separados, começando pela Guiana Francesa.
Quando decidi fazer esse roteiro sabia que ia ser um grande desafio. E foi. Acho que foi o roteiro mais desafiador que fiz até hoje. Passei quase dois meses planejando e muita coisa foi impossível de planejar por falta de informação. Lugares extremamente difíceis de encontrar informações pela internet e quando encontrava algo era praticamente impossível confirmar. O pouco que consegui confirmar me deixou perdida do mesmo jeito.
Foram pesquisas profundas, peguei até contatos de moradores do Amapá pra ver se me ajudavam, tentei de tudo. Por incrível que pareça, nem em outros blogs eu encontrava dicas. Encontrei pouquíssima coisa e de posts bem antigos. Definitivamente são países esquecidos para nós da região sul/sudeste do Brasil. Achei que eram desconhecidos pela maioria dos brasileiros, mas depois que vi a quantidade de pessoas do norte e nordeste que vivem nesses países comecei a enxergar de outra maneira.
O que me ajudou um pouco foi que conheci on line um guia do Amapá, que me indicou um amigo da Guiana Francesa, que me indicou um amigo e um amigo e outro amigo, e foi assim que fui conseguindo contatos para tirar minhas dúvidas e conseguir os transportes. Acho que a parte dos transportes foi o mais defafiador. Não é possível comprar praticamente nada antecipado e on line e não há informações sobre transportes pela internet. A maioria dos trajetos é feito de van particular e pirogas (pequenos barcos). Enfim, tive que planejar mais ou menos as datas, mas fui reservando as hospedagens no decorrer da viagem porque como não tinha NENHUM transporte comprado, fiquei com medo de dar tudo errado. Foi a viagem mais incerta da minha vida (rs).
Cada país com uma moeda diferente, um idioma diferente, quase fiquei louca pra por tudo isso no papel sem ter quase nada planejado com antecedência. Sou muito organizada com os meus roteiros de viagem. Os moradores brasileiros que vivem nesses países me ajudaram bastante também, mas a questão de horários de vans e barcos foi na sorte. O mais desesperador é que quando conseguia a van, por exemplo, só saía quando lotava. Se não lotava, não saía. Que sufoco. Muitas vezes era uma van por dia, imagina o meu desespero de ter feito check out no hotel, ter reservado o próximo e correr o risco da van não sair. Que aventura, meus amigos! (rs).
Mas, antes de contar como cheguei na Guiana Francesa e o que vi por lá, vou contar um pouquinho sobre esse país tão pouco conhecido por brasileiros. Um país na América do Sul ode falam francês e usam euro já dá pra notar que é bem diferente.
UM POUQUINHO SOBRE A GUIANA FRANCESA
A Guiana Francesa é um território localizado na América do Sul que faz fronteira com o estado do Amapá e é cortado pela linha do Equador. Desde março de 1946, a região figura como um departamento ultramarino francês. Isso significa que o mesmo é um território subordinado à França, por isso, integra a União Européia, mesmo estando na América do Sul. As principais relações comerciais ocorrem quase que exclusivamente com a França, exportando, sobretudo, madeira e pescados. A principal cidade, e também capital da Guiana Francesa, é Caiena (onde me hospedei).
Como a Guiana Francesa integra a República Francesa, a moeda que circula é o Euro. As principais atividades econômicas desenvolvidas no território é o extrativismo animal, por meio da pesca, e o extrativismo mineral.
- Você vai ouvir português o tempo todo;
- Muitos haitianos e chineses (há um bairro chinês que vende muamba de todo tipo (rs);
- No mesmo bairro chinês tem uma feira livre, onde encontrei umas frutas e uns legumes que nunca tinha visto na minha vida!
- Tudo é em euro, prepare o bolso! (rs);
- O Carrefour é o principal supermercado;
- É possível encontrar padarias brasileiras com pão de queijo e coxinha;
- É tudo escrito em francês. Difícil pra "se achar"!;
- Não tem internet livre em nenhum lugar, tive que ser cara de pau e pedir pra me emprestarem internet, mas só os brasileiros me ajudaram;
- É um calor insuportável (como comentei);
- Caiena não tem quase nada turístico pra conhecer;
- O atendimento ao público é horrível e não achei as pessoas muito receptivas com turistas, só os brasileiros mesmo;
- Muitos franceses vão morar na Guiana por causa do clima e muitos porque preferem o caos (rs). Escutei isso deles;
- Muitos moradores de rua, inclusive brasileiros;
- Transporte público péssimo, poucos ônibus e com horários aleatórios (o site para conseguir informações é horrível). Melhor maneira de se locomover são as vans privadas e taxis coletivos;
- A população é predominantemente negra;
- O consulado do Suriname fica bem no centro de Caiena. Quem quiser seguir para o Suriname por terra como eu fiz, tem que pagar a taxa de entrada nesse local (vou explicar no post do Suriname como fazer, inclusive alertar vocês sobre o erro que cometi que me custou 33 dólares a mais para que vocês não façam o mesmo);
- Viver na cidade de Caiena é 66% mais caro do que na cidade de São Paulo. No entanto, o salário mínimo também é maior: os profissionais guianenses recebem cerca de 1.500 euros mensais.
- A Guiana Francesa vive refém das políticas da União Europeia dentro de um continente que em nada se assemelha a Europa. Além de ter como moeda o euro e votar nas eleições presidenciais francesas, o território sofre com a precariedade de serviços essenciais na área de saúde e educação;
- Conversei com muitos brasileiros que trabalham no garimpo e dizem ganhar muito dinheiro, apesar de trabalharem demais. Alguns disseram que a vida na Guiana é cara, mas vale a pena ganhar em euros e investir no Brasil. Muito brasileiros também conseguem a cidadania francesa, aprendem francês e vão morar na França. A maioria dos brasileiros que conheci trabalham com transporte.
- Entre os pratos mais típicos e famosos estão: o caldo Awara (feito à base de polpa de palmeira), o peixe grelhado, os colombos (cozidos de carne e legumes ao molho curry), e os frutos do mar preparados com legumes e condimentos locais. Não experimentei nada típico o, me julguem. Minhas comprinhas eram básicas e no Carrefour (rs).
Caiena (Cayenne), é uma cidade com cerca de 100.000 habitantes. Ela foi fundada por colonos franceses em 1643, em terras adquiridas aos índios Galibi. Segundo a lenda, o nome da localidade advém precisamente dessa comunidade, sendo o nome do filho do rei Cépérou, que pelos seus actos impressionou o pai que permitiu que fosse dado o seu nome à aldeia. O centro histórico de Caiena tem muitos edifícios estilo colonial.
Durante o tempo que estive nesta cidade, tive oportunidade de visitar os pontos turísticos. Visitar a Guiana Francesa e não passar por Caiena, é deixar para trás um destino importante que vale a pena conhecer.
1- Jardim Botânico de Caiena3- Musée des Cultures Guyanaises
SOBRE A VISITA
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