Suriname é América do Sul!

by - sexta-feira, junho 14, 2024

 Olá gente, hoje vou compartilhar com vocês a continuação da minha viagem por terra pelas Guianas e Suriname. No primeiro post contei como foi a minha experiência na Guiana Francesa e agora vou dividir como foi conhecer o Suriname. Quem já pensou em visitar esse país?


Nem parece que esses países ficam tão próximos do Brasil, não é? Principalmente para as pessoas como eu que vivem no Sudeste do país. Quando decidi viajar para as Guianas e para o Suriname (como contei no post anterior), tive que estudar um pouco sobre cada um. Estudar entre aspas porque na verdade consegui pouquíssimas informações, foi o roteiro mais difícil como viajante. Recomendo demais que vocês leiam o post anterior, nele eu explico o porquê foi tão complicado.

Enfim, estava na capital da Guiana Francesa (Caiena) e a minha missão era chegar na capital do Suriname, que se chama Paramaribo. Para isso, tive que pegar uma van até a fronteira (do lado da Guiana) que me custou 40 euros e me levou até a imigração para dar a saída do país. Já tinham dito que eu ia passar perrengue e era pra tomar muito cuidado com golpes e pessoas que se aproveitam de turistas. Em qualquer país há pessoas que se aproveitam dos estrangeiros, mas me falaram que no Suriname era um pouco pior, e realmente foi. Já conto.

Essas vans de pequenas empresas não tem horários, saem quando enchem, os motoristas não estão nem aí e vão parando em todo canto. O meu motorista parou na casa do primo dele pra conversar e os passageiros tiveram que esperar, parou para descansar e fumar umas cinco vezes. Haja paciência. O som do rádio no último volume, uma terra sem lei (rs).Dei a saída da Guiana e o próximo passo era pegar um barco pra atravessar para o lado da fronteira do Suriname.

Mas antes explico como consegui o visto do Suriname e o persegue que foi. 

VISTO PARA O SURINAME


Praticamente todos os turistas precisam de visto para entrar no Suriname. Na verdade não é bem um visto e sim uma taxa que custa 29 dólares e pode ser paga on line ou adquirida no consulado do Suriname. Na imigração não é possivel pagar a taxa. Só que como eu fiquei com medo de não conseguir pagar essa taxa no consulado do Suriname na Guiana Francesa, tentei pagar on line quando ainda estava no Brasil.

Parecia simples, era só pagar no cartão de crédito e preencher uns dados e eles mandam o visto pra você em 48 horas. Mas quando fui preencher pedia dados do ônibus, da placa do transporte, um monte de dados que eu não tinha com antecedência porque eu ia por terra e não sabia qual era a van, só dava pra comprar na hora! Não existe companhia de transporte que vende antes. Ou seja, coloquei qualquer número e o visto foi negado. Perdi os 33 dólares, que legal

O jeito foi me arriscar e tentar novamente no consulado do Surimane, na Guiana Francesa. Não tinha nenhuma informação no site deles, tive que me arriscar. Acabou dando certo, peguei o consulado aberto e vazio. Era um sexta-feira, ainda bem. Se fosse sábado ou domingo já não dava mais. Paguei a taxa de novo e me deram um papel simples escrito a mão. Isso é o visto deles. 

Voltando ao assunto, dei saída na fronteira da Guiana Francesa. O calor insuportável continuou, ficou até pior. O motorista da van foi gente boa e esperou que eu passasse na imigração e me deixou na beira do Rio Suriname, onde os nativos com barquinhos (canoas velhas caindo aos pedaços) fazem o transporte das pessoas até a imigração do Suriname, na cidade de Albina.




Bom, foi aí que o primeiro perrengue aconteceu. Quando cheguei na beira do rio vieram 550 caras disputando pra ver quem ia me levar. Tava dando medo. Escolhi um que era indicação do motorista da van e ele foi bem filho da mãe comigo. O trajeto é de menos de 10 minutos e custa 5 euros pra todo mundo. Ele fechou comigo os 5 euros e quando chegou na hora de descer queria me cobrar 10 e me impediu de descer se não pagasse os dez. Comecei a discutir com ele na frente do policial da imigração dizendo. Ao invés do policial me ajudar e me defender deu razão para o cara. O policial era outro sem vergonha e com certeza tem algum esquema com esses caras para arrancar dinheiro dos turistas.

O policial teve a capacidade de mandar eu calar a boca e pagar o que eu devia. Não discuti, paguei porque se eu não pagasse com certeza não me deixariam ficar no pais. Fiquei muito triste, não tanto pelo dinheiro e sim por estar sendo injustiçada e ser obrigada a me calar. Eu não estava mentindo, mas com esse ocorrido só concretizou o que todo mundo estava me dizendo, que os policias da imigração realmente eram uns corruptos.

Passei pela imigração com esse mesmo policial que estava no guichê. Ele carimbou meu passaporte, olhou bem pra minha cara e disse que era pra eu ir embora com paz no coração. Acreditam nisso? Pois é, minha primeira experiência no Suriname foi essa, que desânimo.

Quando entrei no país foram outros 2 tentativas de se aproveitarem de mim. Tenho décadas de experiência com viagens sozinhas e digo, essa viagem é para os fortes, precisa ter muita bagagem. É difícil, o mundo está cada vez mais podre.

Perregue 2: Quando entrei no Suriname tinham uns ônibus pequenos que levavam para a capital Paramaribo. Esperei os passageiros que estavam chegando descerem com a minha mala de mão ao meu lado. Fui olhar um mensagem no meu celular e quando olhei para lado a mala não estava mais. Fiquei desesperada e quando olhei pra frente tinha um cara puxando a minha mala como se fosse dele e indo embora. Saí correndo, fui até ele e disse que a mala era minha! O cara ficou sem graça, não respondeu nada, não fugiu e me devolveu. Ele estava me roubando, não foi por engano!! Minha mala tinha uma capa pink, cheia de detalhes, diferente de qualquer mala comum. Ele era um bandido sem vergonha mesmo. 

Perrengue 3: Depois disso meus nervos já estavam a flor da pele. Estava cansada, debaixo de um sol de 40 graus. Respirei e entrei dentro do ônibus. Como estava sem internet e não tinha trocado dinheiro ainda para a moeda do Suriname, perguntei ao motorista quanto era 3000 da moeda deles em dólares para que eu pudesse paga. Ele me disse 20 dólares. Eu, trouxa e confiando na bondade do ser humano estava tirando o dinheiro da bolsa pra pagar. Fiquei um pouco desconfiada e eu pedi se ele poderia rotear internet comigo pra avisar a minha mãe que já tinha chegado e ele me emprestou. Entrei no conversor de moedas e vi que a passagem custava 7 dólares e não 20! Ou seja, estava prestes a ser enganada outra vez, mas ele não conseguiu e ainda ficou com vergonha e se calou quando mostrei a tela do celular com conversor de moedas pra ele. 

Segui viagem (147km) e cheguei em Paramaribo. Tomei um táxi e cheguei no meu AirBnB que estava somente há dois km do centro. Me arrependi de ter pego um quarto somente com ventilador, era um calor insuportável. O ventilador não vencia. A localização era boa e o wifi também, menos mal.


Antes de continuar, quero contar um pouquinho sobre o Suriname de maneira geral, porque sei que a maioria de vocês não conhece, assim como eu também não conhecia até fazer o meu roteiro e ver tudo com meus próprios olhos. É um pais curioso, com muita história. Parece outro continente, não parece América do Sul.

UM POUQUINHO SOBRE O SURINAME

Localizado na porção norte da América do Sul, o Suriname faz fronteira com a Guiana, Brasil e Guiana Francesa. Ex-colônia holandesa, o país era conhecido como Guiana Holandesa, mas, após conquistar a independência, em 1975, passou a adotar o nome Suriname.

O país abriga uma grande diversidade étnica. Antes da chegada dos colonizadores, no século XVI, o Suriname era habitado por índios arauaques, tupis e caraíbas. Posteriormente, escravos africanos chegaram ao país para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar. Em 1863, a escravidão foi abolida, fato que intensificou a migração dos surinameses para a Holanda, além de promover a substituição da mão de obra local por trabalhadores imigrantes chineses, indianos e indonésios.

Com população total de 519,7 mil habitantes, o Suriname é um dos países menos povoados do mundo. A população nacional enfrenta vários problemas socioeconômicos, que se intensificaram após a suspensão do auxílio financeiro dos da Holanda. Além disso, o território passou por 100 anos de dominação espanhola, sofreu ataques de franceses e ingleses e todo tipo de disputa.

O Suriname é considerado uma nação medianamente desenvolvida, com índice de desenvolvimento humano considerado elevado. o país tem ganhado destaque nos últimos anos devido aos fatores abaixo:

  • descoberta de boas reservas de petróleo e gás na área marítima da Guiana e que se estende às águas jurisdicionais do Suriname e que poderá colocar esse país como um ator importante na geopolítica do petróleo ;
  • ser um Estado amazônico, onde cerca de 90% do país é coberto pela floresta, com acesso a biodiversidade e aos recursos naturais disponíveis em seu território;
  • ter assinado um acordo de cooperação estratégica com a China (2019), notadamente nos setores de infraestrutura, agricultura, silvicultura, pesca, comunicações e energia;
  • ter aceitado, em 2018, fazer parte do projeto Belt and Road Iniciative chinês para a América do Sul e Caribe. Convém mencionar que várias empresas de exploração de petróleo tem interesses na região, dentre elas a Exxon Mobil dos EUA.

MOEDA



O Dólar do Suriname é a moeda oficial da República do Suriname. Sua introdução ocorreu em 2004, quando substituiu o Florim surinamês. A mudança para o Dólar foi parte de uma série de reformas econômicas destinadas a estabilizar a economia do Suriname.


CULINÁRIA

A cena gastronômica de Paramaribo é tão diversa quanto a sua população. Os restaurantes locais oferecem pratos que combinam influências indígenas, africanas, indianas e indonésias. Uma experiência culinária verdadeiramente única. Não deixe de experimentar o “roti,” um prato influenciado pela culinária indiana, consistindo em um pão achatado e fino, geralmente servido com um curry de frango, batatas e vegetais. É popular na culinária surinamesa e frequentemente consumido com as mãos.

ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O SURINAME

  • O Suriname é um dos três países que fazem fronteira com o estado do Pará;
  • Com a independência, muitos cidadãos surinameses resolveram emigrar para a Holanda já que possuíam a nacionalidade do país europeu;
  • A principal língua do país é o holandês, falado por 60% da população. Os outros 40% a têm como segunda língua, costumeiramente falando em crioulo local, que mistura holandês, português e línguas africanas;





  • O prato nacional é o arroz com frango;
  • Dois patrimônios mundiais da Humanidade tombados pela UNESCO ficam no Suriname: o centro histórico de Paramaribo, capital do país, é um patrimônio cultural; enquanto a Reserva Natural do Suriname Central é um patrimônio natural;
  • Apesar da localização na América do Sul, a seleção de futebol do Suriname responde à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe. Eles nunca participaram de uma Copa do Mundo e atualmente ocupam a posição 153 (de 211) no ranking da FIFA;
  • Cerca de 90% do país é coberto por florestas tropicais. A Reserva Natural do Suriname Central é uma das maiores áreas do mundo de proteção de floresta tropicalOs cristãos representam 48% da população, enquanto os hindus são 22% e os muçulmanos 14%.
O QUE EU CONHECI EM PARAMARIBO

É a cidade que mais reflete a entre a América e a Europa com suas casinhas de madeira, ruas estreitas, praças de grama verde e palmeiras à beira do rio. Lá você ainda encontra mesquitas e sinagogas, cafés e bebedores de cerveja em uma mistura cultural nada comum. As construções são  bem peculiares, no estilo colonial. Mas afastado do centro podemos ver ruas mais limpas e conservadas, mais próximos do centro mais lixo e pobreza aparentes. Ah, as leis de trânsito parece que não funcionam (rs).









1- O centro da cidade

Como não falo holandês e não entendia nada do que estava escrito nas das placas ficou meio impossível pegar ônibus e vans. Quase ninguém fala inglês, é complicado até pegar um táxi. Fiz absolutamente tudo caminhando, mesmo com um sol insuportável.

Andei demais pela cidade, o suficiente pra começar a ver Paramaribo com cara de mais uma cidade da América do Sul. A falta de infraestrutura urbana, por exemplo, fez com que eu me sentisse realmente em um país subdesenvolvido. Vale muito a pena ir para esses lados se o seu objetivo é ter um maior contato com a população local e analisar o modo de vida do povo surinamês. Pra mim era tudo novo.O trânsito no centro da cidade é um pouco caótico, há carros estacionados nos passeios e pouco espaço para os pedestres. 

O centro de Paramaribo é notável pelo seu Mercado Central (Centrale Markt), que é um dos maiores mercados cobertos do Caribe. Ele tem dois andares, com o térreo dedicado à venda de alimentos como frutas, vegetais, carne e peixe, enquanto o andar superior é um mercado de varejo geral com roupas, eletrônicos e outros bens. Tem bastante coisa baratinha. 

O mercado é um ponto central da vida local, refletindo a diversidade cultural e culinária do Suriname, e oferece uma experiência vibrante e animada para visitantes e moradores locais




Para comprar lembrancinhas recomendo bater perna nas lojas do centro. São poucas lojas de souvenires, mas com bastante opções apesar de tudo meio caro.









2- Os ônibus coloridos e super decorados:

Os ônibus no Suriname são conhecidos por sua pintura colorida e vibrante. São verdadeiras obras de arte em movimento (achei bastante brega porque "nada combina com nada", mas o resultado é interessante.Essa característica única faz com que esses veículos sejam uma parte marcante da paisagem urbana de Paramaribo e outras cidades do país. São um símbolo de identidade cultural .





As ilustrações pintadas à mão de heróis, bandidos, deuses, amores e músicos no país que é lar de um grupo etnicamente diverso, incluindo javaneses, indianos, chineses, indígenas, crioulos e mulatos descendentes de escravos fugitivos. Estrelas de Bollywood como Amitabh Bachchan e Sameera Reddy compõem algumas dessas imagens, bem como os cantores Bob Marley e Capleton em várias fases de suas carreiras. Até mesmo um mural composto por figuras políticas americanas, de Malcolm X a George W. Bush, pode ser visto nesses ônibus coloridos.

Ah, tem mais: algumas pinturas exploram questões políticas e sociais. Há fotos de armas de fogo e cigarros de maconha. Outros parecem buscar inspiração em histórias bíblicas sobre a tentação, como uma pintura de uma maçã vermelha com duas mulheres atraentes e a legenda "morda".

3- O Suriname é um país de imigrantes de vários locais diferentes que convivem harmonicamente, inclusive em termos religiosos, achei isso muito legal. Encontrei sinagoga ao lado de mesquita, igrejas católicas ao lado de protestantes e evangélicas, tudo misturado, algo não tão comum em outros países (se você ler um pouco da história entre judeus e muçulmanos, entenderá bem o motivo da minha surpresa!).







4- Onafhankelijkheidsplein (Praça da Independência)

Nesta bela praça, com muitas árvores e um grande gramado, estão os edifícios mais importantes da cidade: o Palácio Presidencial, o Ministério da Justiça e Polícia, o Ministério da Administração Interna, o Centro de Congressos e a Casa do Governador. 


5- Cassinos:
Pra quem gosta, eles são muito populares no Suriname e é fácil encontrar vários espalhados pela cidade. Inclusive, troquei meu dinheiro em um deles, me disseram que o câmbio é melhor em cassinos do que em bancos ou casas de câmbio.

6- Letreiro I love Su: 

O letreiro está localizado na entrada do Fort Zeelandia. É um monumento onde os visitantes podem tirar fotos, e está situado próximo ao rio Suriname (é muito legal caminhar na orla do rio, só o calor que não ajudou nadinha). 







O Fort Zeelandia é uma antiga fortificação construída no início do século XVII para defender um entreposto comercial holandês. 



7- Basílica de São Pedro e São Pablo:

Esta maravilhosa catedral data de 1883 e é totalmente feita em madeira. É a maior e mais alta catedral de madeira da América do Sul. As torres de 44 metros de altura foram construídas apenas em 1901. A madeira é muito vulnerável aos cupins e por isso a igreja recebe manutenção frequente. Quando eu visitei a parte externa dela estava em reforma.









OUTROS LOCAIS QUE NÃO FUI, MAS PODEM SER OPÇÕES

  • Parque Natural Brownsberg: localizado a cerca de 130 km de Paramaribo o Parque Natural Brownsberg é conhecido por suas belas paisagens naturais. Há trilhas para caminhadas, mirantes com vistas panorâmicas das florestas e do lago Brokopondo, e a chance de avistar macacos, preguiças e pássaros tropicais.
  • Reserva Natural Galibi: Situada na costa nordeste do Suriname, é famosa por suas praias deslumbrantes e pela oportunidade de observar tartarugas marinhas. Durante a época de desova, é possível testemunhar a chegada de tartarugas para colocar seus ovos na praia.
  • Cultura e comunidades indígenas: o Suriname é lar de várias comunidades indígenas, como os Wayana, Trio, Maroons e outros grupos étnicos. É possível visitar essas comunidades.
  • Natureza e aventura: além das reservas naturais, o Suriname oferece diversas oportunidades para os amantes de atividades ao ar livre. Há passeios de barco pelos rios, pesca esportiva, e trilhas e aventuras em florestas tropicais.

A NOITE EM PARAMARIBO

Não posso opinar porque não sai na noite de Paramaribo. Quando tenho poucos dias em um país acordo super cedo, conheço tudo o que tenho interesse, exploro o quanto puder e a noite descanso. Sempre fiz assim, não faço muita questão de curtir noitadas, ao menos que seja algo muito especial. 

No primeiro dia andei cerca de 14 km a pé debaixo de um sol absurdooo e fiquei extremamente cansada, nem sei como consegui fazer isso, mas pelo menos conheci até mais do que havia planejado. Como a minha viagem estava longe de acabar (ainda faltava a Guiana Inglesa e Roraima + a volta pra SP) tinha que ter o momento de descanso, afinal era uma viagem por terra, carregando peso, caminhando demais e aguentando um calorão do deserto. Olha só como ficaram os meus pés...

No local onde me hospedei tinha cozinha, então preferi comprar algumas coisas e cozinhar algo simples e mais econômico. Em cada esquina tinha um mercadinho chinês e bem perto do meu hotel tinha um mercado gigante, inclusive com produtos brasileiros.  Passei dois dias e meio no Suriname (pra mim foi o suficiente) e era hora de partir para GeorgeTown, capital da Guiana Inglesa.












Tive que sair de Paramaribo no meio da madrugada. Consegui uma van particular depois de passar dois dias atrás de um transporte, ligando pra um e pra outro. Como não tem como comprar nada na rodoviária ou pela internet, tive que pedir recomendações para pessoas que eu conhecia, precisava que alguém me indicasse alguém que fazia transporte para a fronteira.

Os primeiros dois que eu consegui cancelaram em cima da hora e o terceiro foi ponta firme, graças a Deus. Já estava desesperada. O trajeto durou três horas até a fronteira do lado do Suriname. O motorista me deixou em uma balsa (dessa vez não foi barquinho de madeira ou piroga). Era uma balsa com mais estrutura, dessas que vemos nas praias do Brasil. O pracinha era salgado, 20 dólares. Antes de pegar a balsa passei na imigração pra dar a saída do Suriname e fiquei mais ou menos 3 horas aguardando a balsa das 10 da manhã.

A minha sorte foi que o cara que me levou até a balsa tem um irmão que mora na Guiana Inglesa e o combinado foi que o irmão dele ia me esperar do lado da Guiana para me pegar e me levar de van até a capital. Paguei antecipado (50 dólares) pelo trajeto completo e passei o caminho rezando pro irmão dele estar lá pra me buscar, se não aparecesse estaria ferrada. 

Eu não tinha internet, então o combinado foi que o cara que me levou ia mandar uma foto minha para o irmão dele e ele me esperaria na porta da imigração (rs). Que medo de sair e o cara não estar, ia perder meu dinheiro e ficar perdida. Confiei nele porque não tinha outro jeito, se não fosse assim como iria? Pedi pra pagar no final do trajeto, mas não aceitaram.

Enfim, passei na imigração que foi bem chatinha, me fizeram várias perguntas. Entrei com o passaporte brasileiro, o passaporte europeu só usei pra entrar na Guiana Francesa. No Suriname também usei o brasileiro. No final das contas, o "irmão" estava lá, me achou. Que alívio! A partir daí entrei em uma van e parti pra GeorgeTown. O restante contarei no próximo post!

Espero que tenham gostado da minha visita ao Suriname e que esse post possa apoiar e motivar meus leitores a visitarem países como esse, tão pouco falados ao redor do mundo.

Grande beijo!



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