Fui pela empresa FlixBus e comprei diretamente no guichê do Terminal Rodoviário, que é o WienErdberg (Busterminal VIB) e fica na estação de trem também chamada Erdberg. Foi tranquilo comprar o ticket e, se não me engano, os ônibus saem em vários horários durante o dia (acho que de hora em hora).

O ônibus foi direto pra Bradislava e desci no segundo ponto, que é o ponto final (ele só para em dois pontos). Paguei pela passagem de ida e volta apenas 13 euros, imagina se eu perderia uma oportunidade dessa!!

Precisa passar na imigração para entrar na Eslováquia saindo de ônibus de Viena?

Não! Tanto a Áustria quanto a Eslováquia são signatários do Acordo de Schengen, não há imigração e teoricamente não há fronteiras entre esses dois países. Sim, você precisa levar o passaporte para a viagem (afinal vai sair do país!) mas não vai passar por nenhum tipo de controle de imigração.

Antes de compartilhar mais sobre como foi esse passeio, quero deixar aqui algumas informações sobre a história do país. Assim como eu não conhecia muito sobre, creio que a maioria dos brasileiros não tem esse conhecimento. 

Pós Primeira Guerra Mundial

O Império Austro-húngaro chegou ao fim e em 1918 a Eslováquia, junto ao território de Boêmia e Morávia, foi declarada a Tchecoslováquia, dominada pela Alemanha Nazista. Em 1938, chegou a se tornar uma república separada. Mas, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Tchecoslováquia foi reconstituída. A partir de 1945, a Tchecoslováquia tornou-se zona de influência da União Soviética.

O regime comunista continuou mesmo depois do fim da Guerra Fria, sendo extinto somente em 1989, com a Revolução do Veludo, revolução pacífica, que teve como resultado as eleições livres, em 1990. Com isso, a Tchecoslováquia foi dividida em dois Estados: a Eslováquia e a República Tcheca, que se tornaram oficiais em 1993.

Economia da Eslováquia

Em 2002, o governo começou a introduzir consecutivas reformas econômicas e depois de alguns anos o país se tornou interessante para investidores estrangeiros. A taxa de desemprego caiu e o crescimento econômico aumentou consideravelmente.

Em 2004, a República da Eslováquia foi oficialmente aceita como membro da União Europeia (UE). Em 2009, integrou a Zona do Euro. Hoje em dia, este recente país está entre os melhores mercados emergentes da Europa, com uma economia avançada de alta renda (renda per capita de US$ 32.900, ano de 2017). Atualmente a Eslováquia tem uma democracia liberal estável, com uma economia voltada ao mercado, cujas regras estão totalmente ligadas à União Europeia.

Meu roteiro em Bradislava

Na hora de montar um roteiro e decidir o que fazer em Bratislava, vocês fatalmente verão que é possível visitar a cidade em apenas um dia. Vale ressalar que Bradislava é linda! Se tivesse tempo ficaria mais uns dois dias passeando e me aprofundando mais na cultura eslovaca.

A Eslováquia está limitada pela Polônia ao norte, pela República Checa e pela Áustria a oeste, pela Ucrânia ao leste e pela Hungria ao sul.

Bratislava, mesmo sendo praticamente desconhecida se comparada às suas vizinhas mais famosas como Viena, Budapeste e Praga, é tão linda quanto essas grandes cidades que ficam ao seu redor. Ela mantém ares medievais e uma impressão de cidade pequena difícil de encontrar nas grandes capitais da Europa. E melhor, também não deixa nada a desejar, tornando a visita imperdível.

A capital da Eslováquia é uma cidade com um centro histórico bem pequeno e compacto. É possível caminhar por suas principais ruas e ver suas maiores atrações a pé. Caso faça um bate e volta de Viena como eu, é preciso sair bem cedo para poder aproveitar bem o dia, afinal, é uma cidade pequena, mas exige certo tempo até entender como ela funciona.

Fiz uma listinha de atrações que não podem ficar fora na hora de planejar o que fazer em Bradislava, mas antes quero dividir algumas curiosidades interessantes sobre o país:

• O vinho eslovaco é barato e de boa qualidade. Existem ótimos vinhos espumosos nessa região.
• Devido ao clima ameno, a flora é rica e as florestas ocupam em torno de 40% do território nacional.
• O refrigerante preferido dos eslovacos é a Kofola. Isso mesmo. É um dos poucos países do mundo onde a Coca-Cola não é a bebida favorita.

• O único museu de arte contemporânea da Europa está ao leste do país, próximo à cidade de Miková.

Ah, esse foi o ponto turístico que mais caminhei e me perdi pra achar (rs). Foi o último e uma caminhada sem fim, aliás, uma subida sem fim....rs.

2- Ponte SNP (Ponte UFO): é a mais famosa de Bradislava e a mais controversa também. Ela foi construída durante o período da cortina de ferro nos anos 70, e na época, era uma das construções mais modernas do mundo, pois foi uma das primeiras pontes a empregar o modelo de “ponte estaiada”, que são aquelas pontes que se sustentam por meios de cabos ligados a uma torre. Popularmente chamada de Ponte UFO, ela não recebeu esse nome à toa. UFO é a sigla em inglês para Objeto Voador Não Identificado, ou seja, um disco voador. Como a ponte SNP de Bradislava possui uma torre no centro com uma cabine gigantesca em formato de disco, o apelido foi inevitável.

Lá no topo da ponte, aliás, funciona hoje um dos restaurantes mais sofisticados da cidade, com altas vistas. Caso queira comer no restaurante, reserve com antecedência e prepare o bolso, já que é um dos locais mais disputados de Bradislava, ainda mais se o dia estiver ensolarado. Caso só queira admirar a vista, é possível também, é só pagar para subir até o observatório.

Ah, a ponte é considerada controversa porque durante sua construção, parte do centro histórico da cidade, localizado na cabeceira da ponte, teve que ser demolido para passar a estrada à qual ela iria se unir. A área em questão era a que formava o núcleo judaico de Bradislava, um bairro histórico inteiro que veio abaixo, juntamente com sua sinagoga ortodoxa. Hoje, um monumento com o formato da Estrela de Davi se encontra no local onde ficava a edificação, e uma imagem estampada na parede da ponte mostra como era a antiga sinagoga.

Para piorar, a ponte foi construída deixando apenas 3 metros separando o cartão postal do país, a Catedral de São Martinho, construída no século XV e sede de inúmeras coroações do Império Austro-Húngaro da estrada em questão. Com a grande frota de veículos pesados passando por ali todos os dias, as fundações da igreja estão sendo danificadas pouco a pouco.

3- Igreja azul: um pouco fora do centro histórico fica a igreja conhecida popularmente como Igreja Azul (o nome real é Igreja de Santa Isabel), uma das edificações mais lindas de Bratislava. Ela tem esse nome por suas fachadas pintadas de azul, claro. A igreja foi construída no estilo art nouveau no início do século XX. Seu interior é bem simples e também abriga bancos de madeira azuis. Vale a visita, eu achei uma igrejinha muito linda!

8- Man at work (homem no trabalho): é a mais famosa estátua de Bradislava e que atrai muitos turistas querendo não apenas tirar foto, mas passar a mão em sua cabeça na esperança de ter um desejo realizado. Ela se chama estátua do Cumil – que significa Observador, no bom e velho português. Há várias teorias para ela e ninguém sabe ao certo qual delas é a verdadeira. Mas, as mais contadas são que o homem representa um trabalhador comunista que não se importava em fazer o seu trabalho de forma correta na esperança de que o governo garantiria o seu emprego – uma crítica ao governo comunista, segundo eles. E a outra versão diz que O Observador estava ali, parado naquela posição, somente para admirar as pernas das mulheres que passavam por ele

As esculturas de Bratislava

A cidade de Bratislava tem em seu centro histórico várias esculturas curiosas que fazem a alegria dos turistas. Uma delas é essa estátua de Napoleão que se encontra na (praça) Hlavné Namestie, em frente ao edifício da embaixada da França. Há outras estátuas curiosas como de paparazzi com máquina fotográfica, Napoleão reclinado observando a praça, soldados pela cidade, etc. Esses detalhes que dão um charme especial à Bratislava. Aliás a cidade tem um misto de antigo com a modernidade e moradores jovens.

Vacilei!