Montenegro, o menor país da Europa!
Oi gente, tudo bem? Hoje vou compartilhar com vocês mais uma etapa da minha viagem pelos Balcãs. Antes de tudo, super recomendo que leia os posts anteriores, sobre o a Macedônia do Norte, Kosovo e Albânia, países que passei antes de chegar em Montenegro. Fora experiências incríveis e vocês ficarão por dentro de como essa aventura por terra foi planejada e organizada.
Vocês devem imaginar que quando cheguei em Podgorica (capital de Montenegro) estava super cansada, afinal, já tinha passado por outros países viajando de ônibus, enfrentando um calorão, caminhando no mínimo 10/12 km por dia e com mala nas costas. Por essa razão, e por questões logísticas, decidi ficar 5 dias em Montenegro. Foi o país que passei mais tempo e foi bom porque consegui descansar para depois seguir viagem (ainda passaria pela Bósnia, voltaria para a Sérvia por mais dois dias e depois seguiria viagem para Roma (de ônibus também).
Antes de pensar em fazer esse tour pelos Balcãs, Montenegro era totalmente desconhecido pra mim. Sabia que existia (conhecia mais do que a Macedônia do Norte), mas só fui entender um pouco mais quando comecei a fazer o meu roteiro.
De Tirana (Albânia) à Podgorica foram 162 km. Minha hospedagem não era exatamente no centro da cidade, eram 7 quilômetros de lá. Como o único transporte era táxi, o dono do hotel me buscou no centro da cidade por cinco dólares. Achei ótimo porque estava super cansada e não conhecia nada, estava sem internet, com malas, etc. Apesar de ser afastado de tudo, o hotel era enorme e com uma paisagem incrível. Mas não servia as refeições e perto dele só tinha uma lojinha de conveniência (cara e com poucas opções), o resto era mato e montanha. Foram dias bem peculiares (rs), mas deu pra renovar as minhas energias.
A verdade é que fui enganada pelo dono do hotel porque na reserva estava escrito que havia transporte público para ir ao centro. Pura mentira. Era carona ou caminhar 14km (ida e volta) em um calor insuportável. Os táxis não iam de lá para o centro (nem tinha), só do centro para o hotel, ou seja, passei um perrengue lascado. Foram cinco dias na base da carona (é super seguro) ou caminhando (fui umas 3 vezes, o "cardio foi devidamente pago").
Apesar de tudo valeu a pena, era um hotel lindo e tranquilo. No centro não tinha tanta graça ficar, era apenas pra bater perna, conhecer os poucos pontos turísticos e fazer algumas comprinhas.
UM POUQUINHO SOBRE MONTENEGRO
Montenegro é um país pequeno e pouco conhecido, mas que guarda muitas surpresas encantadoras para quem o visita. Este destino nos Balcãs é repleto de belezas naturais, com montanhas, lagos e praias de águas cristalinas, além de uma rica história e cultura. A melhor época para visitar Montenegro é entre maio e setembro, quando as temperaturas são mais amenas e as atividades ao ar livre são mais agradáveis. Julho e agosto são os meses mais movimentados e caros, enquanto junho e setembro ainda têm clima bom e preços mais acessíveis.
Montenegro é uma nação que, juntamente com a Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia e Sérvia, integrou a Iugoslávia. Com a fragmentação do território iugoslavo e consequente independência das suas nações, Montenegro se juntou à Sérvia e formou um único país, sendo denominado Sérvia e Montenegro. No entanto, a independência montenegrina foi obtida em maio de 2006, através da realização de um referendo, cujo resultado (55% dos votos) estabeleceu a separação da Sérvia. Com isso, Montenegro se tornou o mais novo país do mundo.
Localizado na Europa, Montenegro limita-se com a Bósnia-Herzegovina, Croácia, Sérvia e a Albânia, além de ser banhado pelo mar Adriático.
A população apresenta grandes semelhanças com os sérvios (porém, bem mais simpáticos e menos revoltados), entretanto, a autonomia política de Montenegro em relação à Sérvia sempre foi desejada pela maioria da população. Esse processo pode aproximar o país da União Europeia.
Apesar de não ser país membro da União Europeia, a moeda oficial de Montenegro é o EURO. A economia baseia-se na exploração de alumínio, produção de carvão, pesca, turismo e indústria, em especial a têxtil
VISTO
Por mais que esteja dentro da Europa, Montenegro não faz parte do conjunto de 27 países do Espaço Schengen, por isso é necessário passar por um controle de imigração, independente de onde esteja chegando. Tanto brasileiros quanto europeus não precisam de visto e podem permanecer por até 90 dias no país.
RELIGIÃO, POPULAÇÃO E IDIOMA
Algumas religiões estão presentes em Montenegro: cristianismo 66,4% (ortodoxos 57,8%, outros 8,6%), islamismo 17,9%, sem religião 12,5% e ateísmo 3,2%. É um país pequeno, com uma população de pouco mais de 620 mil habitantes.
O idioma nacional do estado na república é reconhecido como montenegrino. Em sua essência, é um dos dialetos da língua servo-croata. Este dialeto recebeu o nome de Iekava-Shtokava e, junto com o sérvio, o croata e o bósnio, pertence às línguas eslavas do sul do subgrupo ocidental.
A disputa sobre qual idioma será reconhecido como o oficial começou em Montenegro no final dos anos 90 e se tornou especialmente intensa em 2007. Antes disso, a língua oficial era o sérvio. A questão da língua do estado era mais política do que linguística. A língua montenegrina recebeu o status de língua oficial apenas em 2011 e foi nomeada montenegrina pelos padrões internacionais.
Todas as línguas eslavas têm raízes comuns, portanto, em muitos aspectos, são semelhantes entre si. A língua montenegrina não é exceção. O idioma russo e o montenegrino têm muitas características em comum.
ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE MONTENEGRO
- Tendo em conta a história recente de tribos em Montenegro e a importância que as tribos tiveram na história do país, grande parte das famílias sabem quais as suas origens tribais;
- Montenegro é um dos países fundadores da Cruz Vermelha;
- Mais de 60% do país tem picos acima dos 1000 metros;
- Apesar de ser um país muito montanhoso, Montenegro tem 117 praias, quando a sua costa é apenas de 294 km
- 10% do país são Parques Nacionais, um total de 5;
- Em 1992, Montenegro se auto declarou como um estado ecológico, sendo o primeiro país a designar-se como tal;
- Juntamente com os Países Baixos, Montenegro tem a população mais alta (em média) da Europa, e uma das mais altas do mundo. Com uma média de 1,83 metros.
Dos cinco dias que fiquei em Montenegro, passei um dia todinho na cidade para conhecer os pontos turísticos. Depois disso, só ia ao centro para fazer compras e comer. Ah, e quando peguei a van para ir para Kotor (já contarei sobre). Não tem tantas coisas pra conhecer (não é uma cidade muito turística) e dá pra aproveitar pra fazer tudo caminhando. É um local bem simples. Estava calor demais, mas deu pra fazer o que eu havia planejado.
Só pra contextualizar, o nome Podgorica vem da palavra “podgorje”, que significa “base da colina” em montenegrino. A cidade foi destruída e reconstruída várias vezes ao longo da história, devido a terremotos, inundações e guerras. Além disso, é uma das cidades mais jovens da Europa, com uma média de idade de apenas 35 anos. A cidade é uma das cidades mais arborizadas da Europa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Podgorica foi ocupada pela Itália, depois pela Alemanha e a partir de 1943 foi alvo de bombardeios dos Aliados, uma vez que estava na rota de abastecimento e (mais tarde) de retirada das tropas alemãs. A cidade foi atacada várias vezes, tendo o pior dos ataques em maio e novembro de 1944. Ela foi arrasada e quase nenhuma estrutura sobreviveu.
O QUE CONHECI EM PODGORICA
1- Torre do relógio
A Torre do Relógio se chama Sahat Kula. Ela foi construída no século XVII, durante o período otomano, permanecendo um dos marcos mais antigos do Montenegro e é protegida por lei. É uma das poucas edificações que sobreviveram aos bombardeamentos de Podgorica na Segunda Guerra Mundial.
É um dos destaques turísticos e arquitetônicos da cidade. Ela está localizada sobre o Rio Moraca. É uma vista muito bonita.
Como eu havia comentado, minha hospedagem ficava um pouco longe de Podgorica. As paisagens ao redor do hotel eram lindas, e eu sempre caminhava por lá. Era uma paz muito grande. Compartilho com vocês algumas fotos...
SOBRE A COMIDA
O peixe é usado em sopas, grelhado e frito; também pode ser assado e servido com arroz, vegetais e ameixas. O “bakalar” (bacalhau) é tradicionalmente servido na ceia de Natal. Uma sopa muito apreciada é feita com peixe seco, cebola e alho, e é servida fria. O pão e as saladas estão sempre presentes à mesa.
Achei a comida da Macedônia, Albânia e Montenegro bem parecidas e boas. Encontrei um mercado que vendia por quilo e consegui comer arroz, feijão, batatas, legumes gratinados, salada, muitas coisas parecidas com o que comemos no Brasil. Um bowl cheinho pagava menos de 3 euros, era tudo muito gostoso. Pegava meu bowl e sentava numa pracinha pra comer, curtir a paz. Que saudade desses momentos.
A MELHOR PARTE DA VIAGEM
Sem dúvidas, a melhor parte da minha estadia em Montenegro foi conhecer Kotor, uma cidade praiana linda demais e rodeada de montanhas. Infelizmente só passei o dia por lá, não dormi. Mas deu pra aproveitar bastante. Saí bem cedinho do centro de Podgorica (da rodoviária) e paguei 16 euros a viagem (ida e volta). São 87,2 km. Não me lembro muito bem sobre horários, mas são várias saídas durante o dia, tanto pra ir quanto para voltar. Estava muito calor e pegamos bastante trânsito ao chegar na cidade. É um lugar muito turístico durante o verão e estava lotado de turistas de todas as partes da Europa e acredito que do mundo todo.
Tudo o que eu conheci foi caminhando, e é super possível. Passei muito calor, mas deu pra conhecer o que estava planejado.
Mas que lugar é esse tão lindo e famoso na Europa?
Kotor está no fundo da Baía de Kotor. A baía é longa e rodeada por montanhas íngremes, e, por esse motivo, é conhecida como a Baía dos Fiordes. É banhada pelas águas límpidas do Mar Adriático, e é belíssima!! A Baía de Kotor se desenvolveu devido a processos tectônicos, atividade sísmica e o afundamento do solo.
Como comentei, o verão é a alta temporada na região, muita animação e baladas, com turistas aproveitando as praias do Mar Adriático e o custo razoável do país (quando comparado às outras opções europeias).
A cidade é um charme só. Espremida entre as águas da baía e as montanhas, o centro histórico é cercado por antigas muralhas de pedra, que sobem até bem alto pela encosta. A cidade velha de Kotor é Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 1979. Uma das principais atrações da cidade antiga é a Catedral de São Trifão, consagrada em 1166, mas destruída por diversos terremotos e reconstruída mais vezes ainda.
Caminhando pelas ruelas é possível avistar e conhecer a Igreja de São Nicolau, a pequenina Igreja de São Lucas e o Museu Marítimo de Montenegro.
Há muitas lojas que vendem artesanatos e souvenirs típicos do país, mas são bastante caros. Os restaurantes que beiram a Baía são lindos e com uma vista incrível, porém são bem carinhos também. O copinho de shot para a coleção do meu pai e o imã de geladeira da minha mãe não podem faltar, independente do preço (rs).
Passeio de barco
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